Vereadores dos municípios de Alta Floresta, Carlinda e Paranaíta caminharam, na sexta-feira, 09, desde a Câmara Municipal até a frente do Hospital Regional de Alta Floresta e, junto com populares que estavam no estabelecimento de saúde e rezaram de mãos dadas, um Pai Nosso, pedindo “socorro divino” para que o hospital não feche suas portas. Na maior crise de falta de suporte de toda a história, atualmente, os médicos estão com salários atrasados, fornecedores estão sem receber por serviços prestados e o atendimento são não paralisou totalmente porque os médicos estão fazendo vaquinha e comprando remédios e insumos quando algum caso grave entre na instituição. O cumulo do abandono por parte do governo, que gerencia a unidade de Saúde, foi relatado pelo secretário de saúde José Luis Teixeira. “Você ver a situação do hospital chegar aonde chegou, de não ter medicamento para os pacientes, de não ter oxigênio para os pacientes, não ter um gás de cozinha, de um médico fazer uma cirurgia com uma sacola de mercado na cabeça, pelo amor de Deus, isso aí não tem cabimento”, apontou José Luis.
Antes da caminhada, os vereadores se reuniram e decidiram montar uma caravana para nesta quarta-feira estarem na capital para tentar conversar com o governador Pedro Taques e poder explicar a ele a realidade da saúde pública em Alta Floresta. “Nós vamos no peito, esperamos que o governo atenda a nós, porque parece que o governo considera Mato Grosso de Sinop pra lá, Alta Floresta e outras cidades do nortão, nós estamos praticamente isolados, e o governo infelizmente não está olhando pra nós, nos vamos lá, vamos acampar, vamos ficar lá até que o governo receba nós”, disse o presidente da Câmara de Alta Flioresta, Elói Crestani.
O vereador Admilson Mota, de Paranaíta, reconheceu a dificuldade por que passa a área da saúde, e também quer melhorar o suporte para a população da região, “não só conversa, não só promessa, que não fique só nestes três milhões prometidos para esta semana, isso não vai resolver, isso não é suficiente”, afirmou o vereador que relatou uma reunião que participou na capital nos últimos dias, onde o governo mostrou uma realidade que não existe em nossa região. “Mostrou uma saúde muito bonita em telões, quer fazer uma saúde de destaque, mas pode ser que lá de Sinop pra cima as coisas estejam decentes, aqui pra nós na região norte as coisas estão difíceis”, alfinetou.
O vereador Claudinho Bom Jesus de Carlinda, apontou que a população está vivendo momentos de indignação quanto ao abandono que estamos passando. “A indignação é tão grande que às vezes a gente pensa que o estado é de Sinop para lá, afirmou, dizendo que a população da região é formada por mais de 110 mil pessoas e que merece suporte do governo.
O vereador Rogério Colicchio comentou o fato de um “Pai Nosso” ter marcado o movimento, e acredita que isso tem um significado especial para todos que participaram do ato. “Poderíamos ter cantado o hino nacional, ou qualquer coisa que causasse uma comoção, uma reflexão, eu acho que é significativo, sentir a dor do outro”, apontou. “Eu acredito que a população apoia o movimento e até queria que este movimento acontecesse antes”, afirmou.
Para Reinaldo de Souza, o Lau, será a ida à Cuiabá será uma oportunidade de mostrar ao governo que Alta Floresta precisa de suporte. “A gente hoje neste manifesto vai mostrar pro governador, que o estado não termina lá em Sinop, que aqui no norte tem pessoas que acreditaram, votaram nele e precisam de socorro, principalmente na parte da saúde, não é justo um hospital prestes a fechar que não tem sequer material para que faça os procedimentos”, pontuou.
Membro do Conselho de Saúde, o dentista Thiago Incti entendeu que o evento, apesar de enfraquecido com a ausência da maioria das entidades convidadas, consegui “fazer barulho” e se fazer ser ouvida pela classe política e faz uma reclamação quanto à algumas ausências, dentre elas, do Guardiões da Cidadania. “Os guardiões da cidadania foram convidados e não vieram. Acho que a cidadania, na verdade esta guardada a sete chaves, parece que tem alguma coisa, sei lá, falar a minha impressão, política, alguma coisa desse modo, só vai se tiver fulano de tal, alguns vereadores também que estavam lá (na Câmara), e não vieram. Quem foi eleito, deve defender a sociedade antes de tudo”, reclamou.
Durante o manifesto, nossa equipe conversou com populares que participaram do movimento e aprovaram. Valdecir Pimentel salientou a importância da atuação dos vereadores em prol à sociedade. “Eu achei importante os vereadores se mobilizarem pra vir, os que estavam aqui é porque tem interesse na população, agora os que não vieram é porque não tem interesse”, definiu. Valdelice Alves Dias, trabalha numa casa de apoio e disse que tem acompanhado casos de pessoas que vem para atendimento e ficam à mercê diante a falta de estrutura do hospital. “Pra nós o governo abandonou o hospital, isso é uma falta de respeito com a humanidade”, reclamou. Enquanto a usuária Elizabeth Mathias, disse acreditar em Deus para uma solução. “Eu creio em Deus que ajuda, que dê uma força para a população. Tem que correr atrás para não fechar o hospital, o que será de nós, população?”, perguntou.