Ontem foi dia de mais uma sessão ordinária da Câmara Municipal de Alta Floresta. Um grande número de pessoas compareceu ao plenário para acompanhar as discussões em torno do Cap’s, que cuida de pacientes que tenham problemas psicossociais, dentre eles, os relacionados às drogas, bebidas e claro, a problemas que necessitem da ação dos profissionais ligados à saúde mental. O trabalho do Cap’s é maravilhoso, muito bem executado por seus profissionais, mas, convenhamos, precisa de fato ter um tratamento mais “humano” para com a sua estrutura física, e assim, os profissionais aumentem ainda mais a qualidade do serviço prestado à saúde pública.
Na sessão, a estrutura foi bastante criticada, com a responsabilidade de todos as mazelas sendo jogadas sobre as costas da atual administração. E é mesmo. O prefeito Asiel, atualmente,é o único responsável por mudar a história do Caps, que nunca teve uma sede própria, que nunca ficou uma boa temporada em um lugar só e que nunca teve móveis em condições de uso ou no mínimo a possibilidade de fazer um bom atendimento à população. Só que agora é com o prefeito DrAsiel, a ele cabe a resposta que a sociedade quer. O discurso de que, “foi culpa da gestão passada”, até porque, a história do Caps prova por si só que “nunca se fez algo pelo Caps” e é normal que, tudo o que é abandonado num canto, um dia não serve pra nada. O Caps serve à uma parcela significativa da sociedade e ainda tem muito a dar em favor dos pacientes, cabe à administração encontrar as soluções.
Houve um momento na história, em que o Caps funcionava em um espaço (alugado, por sinal, pois como disse, nunca teve sede própria) na avenida Mato Grosso. As condições não eram ideais, as salas de atendimento além de acanhadas eram muito quentes, faltava a tal privacidade que se cobra também hoje, mas tinha a sombra das árvores onde eram feitos trabalhos de recreação /recuperação, dos pacientes. A criatividade do grupo de funcionários era posta à prova todos os dias e as notas eram boas.
O local onde funciona atualmente o Caps, é a rua B-5, onde funcionava, primeiro, o albergue de Alta Floresta. O Caps está lá desde 2011.
Eu, particularmente, conheço uma parte da história que talvez poucas pessoas conhecem e acreditem, o Caps foi usado como moeda de troca. Naquele ano, por pura perseguição política contra o presidente da Casa de Apoio, na época, Valdecir Pimentel, a mando da ex-prefeita, o secretário de saúde da época, covardemente, mandou cortar a água do prédio que fica ao lado do hospital municipal (hoje regional) e os ocupantes da Casa de Apoio naquele momento foram às ruas para denunciar, sob forma de protesto, a ação nada humana da administradora. Chegaram a dizer, através de cartazes, que a prefeita era “diabólica e desumana”, ou algo parecido, e até mais forte ainda.
Para tentar amenizar o impacto da denúncia do corte de água forçado da casa de apoio, a chefe do executivo foi a público e disse que precisava da Casa para abrigar o albergue, pois o albergue (rua B-5) seria utilizado para uma outra entidade e que o prédio seria totalmente reformado. Pouco tempo depois, o Caps foi “jogado” para dentro do antigo albergue, sem que sequer um prego novo tenha sido colocado nas paredes que já estavam caindo. Ou seja, o Caps foi pra B-5, não porque era um lugar bom, mas porque era preciso diminuir o impacto negativo perante a sociedade, por uma ação autoritária e desumana da própria administração. Por ter divulgado a denúncia, houve até processo contra o Jornal O Diário, como se fôssemos os responsáveis. Ficou provado na justiça que não, até porque, na época, todos os órgãos de imprensa sérios (a maioria) divulgaram a notícia. Só O Diário foi processado, mas a verdade prevaleceu.