O senador Jaime Campos (DEM) desistiu de disputar a reeleição. Ele fez o anúncio no início da noite desta segunda-feira (21), em sua residência, em Várzea Grande, a familiares e assessores mais próximos.
Segundo apurou a reportagem, ele alegou, principalmente, “falta de reciprocidade” de lideranças de sua atual coligação, encabeçada pelo candidato ao Governo Pedro Taques (PDT).
Uma fonte do MidiaNews disse que Jaime não se sentiu “devidamente valorizado” pela coligação que apoia Taques.
“O senador Jaime se empenhou ao máximo para ajudar a viabilizar a candidatura de Taques. Mas, infelizmente, desde as convenções, ele não estava sendo valorizado. Muito pelo contrário, todos estavam até desdenhando de sua importância política. A má vontade para com ele era nítida e geral”, disse a fonte.
A interlocutores, Jaime admitiu que sentiu-se “traído” pelas sinalizações dos prefeitos Mauro Mendes (PSB) e Percival Muniz (PPS), de Cuiabá e Rondonópolis, respectivamente, que estariam apoiando, nos bastidores, o candidato Wellington Fagundes (PR), que concorre ao Senado pela coligação de Lúdio Cabral (PT).
“Não havia clima; não havia ambiente para uma campanha. O Jaime é experiente e percebeu que, se continuasse, a tendência era haver confrontos e intrigas, o que iria inviabilizar seu projeto”, disse a fonte.
Segundo apurou a reportagem, Jaime estava tranquilo ao anunciar a decisão.
“Ele falou com serenidade, com o coração leve. Na verdade, parece que ele tirou um caminhão das costas”, disse a fonte.
O senador Jaime Campos fará um comunicado oficial, na noite desta segunda (21), ou na manhã desta terça-feira, por meio de nota de esclarecimento.
Taques
O candidato Pedro Taques soube da desistência de Jaime durante o evento de lançamento da candidatura de Fábio Garcia (PSB), a deputado federal, no hotel Fazenda Mato Grosso.
Ele não quis dar declarações sobre o fato. Assim que terminou o evento, Taques se dirigiu, apressadamente, ao seu carro, e disse que iria até a residência de Jaime, para saber os motivos da decisão.
Colegas de Senado, Taques, segundo apurou a reportagem, iria tentar convencer Jaime a mudar de ideia, e continuar sua campanha.
“Substitutos”
Nos bastidores, já surgiram as primeiras especulações sobre quem poderia assumir a vaga de candidato ao Senado pela coligação.
Os mais “cotados” seriam o deputado federal Nilson Leitão (PSDB) e o ex-diretor do Dnit Luiz Antônio Pagot (PTB), além da deputado estadual Luciane Bezerra (PSB).
Declaração pública
Em um ato do PT, no dia 29 de junho passado, logo após a convenção do PMDB, Wellington afirmou que contava com o apoio de Mendes e Percival.
“O Percival me ligou e disse que ele não tem como apoiar outro candidato a senador, porque Rondonópolis deve muito a mim”, afirmou, na ocasião.
“E, ontem, Mauro Mendes me mandou um torpedo (mensagem por celular) dizendo: ‘conte comigo, porque você foi companheiro’”, disse Fagundes, durante discurso.
“O Percival disse que, como prefeito, não tem como fazer campanha contra mim, ou para outro candidato. Jayme não levou nada para Rondonópolis. E Mauro Mendes me incentivou a ser candidato, e tem dificuldades de apoiar Jayme. Mas não quer dizer que eles estarão no meu palanque”, disse, na ocasião.
Fonte: Midianews