A segunda fase da operação policial teve a apreensão de 31 veículos, uma aeronave e 101 imóveis, entre ele um apartamento de luxo no Rio de Janeiro
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fonte: Diário de Cuiabá
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) deflagrou ontem mais uma etapa da Operação Imperador, que apura esquema de desvio de R$ 62 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa por meio da fraude na aquisição de material gráfico. Foram cumpridos com autorização da Justiça o sequestro de bens dos réus para ressarcimento aos cofres públicos, o que representou cerca de 110 imóveis (urbanos e rurais), 31 veículos e 01 aeronave.
Também foi executado um mandado de busca e apreensão em um apartamento de alto luxo localizado na Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro.
Em nota encaminhada à imprensa, a deputada estadual Janaína Riva (PSD) informou que o imóvel no Rio de Janeiro está registrado em seu nome e foi devidamente declarado no Imposto de Renda (IR) após ser adquirido com recursos próprios.
A parlamentar assegura que o apartamento não tem relação alguma com seus pais, o ex-deputado estadual José Riva (PSD), preso preventivamente pela acusação de ser o mentor do esquema de desvio milionário, e a candidata derrotada ao governo do Estado, Janete Riva (PSD).
Na semana passada, foi cumprido mandado de busca e apreensão de uma Aeronave Piper Aircraft, modelo PA-31T2, de propriedade de José Geraldo e Janete Riva. O sequestro foi decretado pelo Judiciário visando o ressarcimento dos cofres públicos.
Além de José Riva e Janete Riva, também são réus na ação penal servidores públicos e empresários. Na relação constam Djalma Ermenegildo, Edson José Menezes, Manoel Theodoro dos Santos, Djan da Luz Clivatti, Elias Abrão Nassarden Junior, Jean Carlo Leite Nassarden, Leonardo Maia Pinheiro, Elias Abrão Nassarden, Tarcila Maria da Silva Guedes, Clarice Pereira Leite Nassarden, Celi Izabel de Jesus, Luzimar Ribeiro Borges e Jeanny Laura Leite Nassarden.
Conforme a denúncia feita pelo Ministério Público (MPE-MT), o esquema ocorria por meio de falsas aquisições envolvendo cinco empresas do ramo de papelaria, todas de “fachada”.
Em apenas um ano essas empresas venderam mais de 30 mil toners à Assembleia Legislativa que, na época dos fatos, contava com apenas 150 impressoras. Uma perícia ainda identificou que houve gastos de R$ 7 milhões com a compra de envelopes.
A Operação Imperador investiga a suspeita de aquisição de material gráfico pelo Legislativo cujos materiais jamais foram entregues corretamente. O esquema que envolvia empresas de fachada e comum acordo com empresários do setor desviou até R$ 62 milhões dos cofres públicos. Havia ainda a anuência de servidores públicos lotados no Parlamento.
Por outro lado, a defesa de Riva, liderada pelo advogado Rodrigo Mudrovitsch, sustenta que até o momento não há comprovação do envolvimento do ex-deputado nas fraudes investigadas na “Operação Imperador”.
“Nenhum depoimento prestado foi capaz de comprovar, de fato, qualquer ilegalidade liderada por José Riva. Percebo dificuldades nas provas que estão sendo colhidas”.