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Mais de 3,4 mi de hectares viraram cinza no Estado

Os municípios que mais queimaram se concentram na região do Pantanal mato-grossense

Mato Grosso enfrenta um dos piores anos de queimadas da sua história e tem mais de 3,4 milhões de hectares destruídos pelo fogo em oito meses. No acumulado do ano, o mês de agosto foi o pior até agora, com 2,023 milhões de hectares reduzidos a cinzas. Os dados são do Instituto Centro Vida (ICV) e apontam ainda que, no Estado, os municípios que mais queimaram se concentram na região do Pantanal matogrossense, como Cáceres e Barão de Melgaço.

Mais de 500 mil hectares já foram devastados pelo fogo somente no Pantanal mato-grossense. Sozinhos, a princesinha do Pantanal e Barão de Melgaço tiveram 312 mil hectares devastados neste ano. Mais preocupante, segundo especialistas, é que as queimadas afetam gravemente a biodiversidade do local. Em todo o bioma, já foram 2,3 milhões de hectares queimados.

Analista de geotecnologias do ICV, Mônica Cupertino afirma que o cenário, em relação aos municípios que vêm ocupando as posições com maior número de focos de calor estarem no Pantanal, pode estar ligado ao fato dessas cidades terem passado por queimadas muito recentemente.

“Em 2020, a região mais afetada de Mato Grosso foi o Pantanal. Então, é uma região que já está mais suscetível à ocorrência de novos incêndios”. Neste ano, especialistas apontam que no Pantanal a seca severa é um dos principais motivos que potencializa os incêndios, fazendo com que até mesmo as pequenas queimadas, feitas em propriedades particulares, possam se espalhar facilmente e causar grandes incêndios no bioma.

Segundo o levantamento do ICV, a maior destruição causada pelo fogo neste ano, no Estado, ocorreu em imóveis rurais cadastrados (1,6 milhão hectares) e Terras Indígenas (1,029 milhão hectares). No Pantanal, as chuvas registradas nos primeiros meses do ano foram insuficientes para transbordar os rios e conectar lagoas e o Rio Paraguai, o principal do bioma, atingindo níveis baixos para esta época.

AÇÕES AJUDARAM

Apesar disso, Cupertino destaca que se as medidas que foram tomadas para o Pantanal, como criação de brigadas, aumento da fiscalização, conscientização da população, não tivessem sido tomadas, o cenário seria pior. Lembra ainda que se as mesmas medidas tivessem ocorrido de uma forma mais generalizada para todo o Estado, provavelmente teríamos um cenário menos difícil.

“É algo que a gente viu que deu resultado para o Pantanal e que poderia também ter dado resultado para as outras regiões, então sim, poderia ter havido um melhor planejamento para evitar um cenário como o que está se configurando agora”.

Aline Almeida e Dantielle Venturini

Gazeta digital

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