A Secretaria estadual de Educação (Seduc) apresentou nesta terça-feira (15), Dia do Professor, uma nova proposta de reajuste salarial para tentar encerrar uma das mais extensas greves da categoria na rede pública em Mato Grosso, a qual já dura 65 dias. Após sucessivas rodadas de negociações sem quaisquer alterações na posição do governo, os professores devem agora se reunir na próxima quinta-feira (17) em assembléia geral para deliberar se aceitam ou não a nova proposta e se encerram a greve.
A nova proposta foi apresentada em reunião na sede da Seduc na tarde desta terça. Enquanto isso, parte dos professores saiu do acampamento montado nas proximidades e se dirigiu à frente do prédio da Assembleia Legislativa (AL) a fim de cobrar ação por parte dos deputados estaduais em prol da causa da educação.
Antes da reunião nesta terça-feira, governo e professores haviam parado em dois pontos da pauta de reivindicações: a data-base para o reajuste salarial dos trabalhadores e os percentuais de pagamento da hora-atividade para os professores contratados temporariamente.
Após intervenção do Ministério Público (MP), a Seduc obteve autonomia do governo estadual e da equipe econômica para, com aval da Secretaria de Administração (SAD), apresentar uma nova proposta em cima dos dois pontos de impasse – o que foi formalizado nesta terça-feira.
Nesta terça-feira, a titular da Seduc, Rosa Neide, propôs aos professores uma nova data-base: março de 2014, dois meses antes da proposta anterior, quando 5% de ganho real seriam concedidos.
A partir daí, os reajustes voltariam a ser concedidos no mês de maio até o ano de 2023, quando a categoria finalmente obteria um ganho real de 100% no salário.
Outro ponto que sofreu alteração foi o percentual de pagamento da hora-atividade (um dos componentes da remuneração dos profissionais hoje) para os professores contratados temporariamente. Este valor teoricamente corresponde a um terço da remuneração, mas não tem sido pago pelo estado.
A Seduc havia antes se comprometido a implantar gradativamente a hora-atividade, progredindo em um terço para cada ano até 2016.
Os professores rejeitaram o cronograma e provocaram uma alteração na proposta do governo. Agora, a Seduc fala em começar a pagar 40% do valor em 2014, outros 30% em 2015 e passar a pagar a hora-atividade integralmente a partir de 2016.