O governo federal informou na sexta-feira (7) que recebeu o anúncio com o fim das restrições à carne bovina brasileira impostas pela Rússia, em razão do caso isolado e atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como “mal da vaca louca”, no Pará.
Diferentemente da forma clássica da enfermidade – conhecida como “mal da vaca louca” -, a forma atípica é de ocorrência natural e espontânea no rebanho bovino, não representa risco à saúde pública e tampouco justifica restrições à importação, conforme diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Em função do caso, a Rússia suspendeu, em 1º de março, a importação de carne bovina de animais com mais de 30 meses de idade do Pará. Além dos russos, outros quatro países suspenderam a importação: China, Tailândia, Irã e Jordânia. Os chineses, por sua vez, retomaram as medidas.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores relatou que segue atuando desde a ocorrência do caso do “mal da vaca louca” para evitar fechamentos indevidos de mercados, por meio de sua rede de embaixadas e em conjunto com as adidâncias agrícolas do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) em países estratégicos.
Segundo o governo, as exportações de carne bovina para a Rússia somaram cerca de 165 milhões de dólares, o equivalente a 24 mil toneladas do produto em 2022.
O caso da “vaca louca” foi detectado em um animal macho de 9 anos em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA), em fevereiro deste ano.
O que é a doença da vaca louca?
A encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como vaca louca, surgiu na década de 80, na Europa, como uma nova doença nos rebanhos bovinos. A enfermidade é degenerativa, crônica e fatal e afeta o sistema nervoso central dos animais, que ficam com o comportamento alterado. É uma doença grave, que não tem cura e provoca grandes prejuízos aos produtores. Há duas formas da doença: a atípica e a clássica.
Atípica: não tem relação com o consumo de alimento proibido e ocorre de forma espontânea e isolada em bovinos; acomete principalmente bovinos com idade superior a 8 anos.
Clássica: é provocada pela forma infectante de uma proteína encontrada nos restos mortais de bovinos que manifestaram a doença. Nesse caso, a contaminação em outros animais, inclusive os humanos, se dá por meio do consumo de alimento que contém proteína e gordura de origem animal, como farinha de ossos, carnes e carcaças. Essa prática é proibida na alimentação tanto de outros bovinos como de bubalinos, caprinos e ovinos.
Plínio Aguiar
R7