O volume das exportações de carne bovina de Mato Grosso cresceu 36,25% em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Esse aumento ocorreu em razão dos embarques realizados para o Egito, que surpreendeu ao ampliar seu volume de compras, além da China, que já é considerado o principal comprador da carne brasileira.
Foram exportadas 43 mil toneladas de carne bovina de Mato Grosso. Já no mesmo período do ano anterior, foram 31. Os dados são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Dos embarques realizados em janeiro deste ano, a China foi responsável pela compra de 30% da carne bovina mato-grossense, seguida pelo Egito, que comprou 21%. Os Estados Unidos e os Emirados Árabes ocupam o terceiro lugar na participação das exportações, com 6% dos embarques realizados cada um.
“O volume exportado aumentou devido às demandas reprimidas da China, que voltou a comprar, e a entrada de um novo comprador, o Egito. Na verdade, o Egito já comprava, mas nesse período ele intensificou as compras. Isso trouxe uma receita 44% maior de janeiro de 2021 para janeiro de 2022”, afirmou o gerente de Relações Institucionais da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Nilton Mesquita.
Ainda segundo Nilton, esse cenário positivo surpreendeu devido ao histórico do período, cuja tendência é de baixa demanda de compra. “Em janeiro saímos de um período de pico máximo de abate, que são os últimos três meses do ano em que o mercado está aquecido e há uma demanda maior do mercado. Então, historicamente, janeiro costuma ser mais calmo. Mas janeiro de 2022 surpreendeu”.
Aumento de 17% no abate de bovinos
O abate de bovinos em Mato Grosso também registrou, em janeiro deste ano, um acréscimo de 17,24% no comparativo com janeiro de 2021. Ao todo, houve um aumento de 63,3 mil animais enviados ao abate no Estado.
Para a Acrimat, esse crescimento inesperado é uma oportunidade para que o produtor possa realizar o planejamento anual do seu negócio. Nilton Mesquita afirma que, neste ano, sequer houve a tradicional redução do preço da arroba.
“Essa situação pode agregar uma facilidade para o planejamento anual do pecuarista. Se eu estou abatendo mais do que minha média histórica, posso me organizar financeiramente e da melhor forma para conduzir meu negócio de maneira mais resoluta”, disse.
Do montante abatido, as fêmeas foram as mais ofertadas, uma vez que a elevação dessa categoria foi de 26,8% e totalizou 180,3 mil cabeças abatidas. Já a oferta de machos registrou incremento de 11,19% e resultou em 250,2 mil animais abatidos. Os números são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Esse cenário foi pautado, principalmente, pela maior oferta das fêmeas acima de 36 meses, com incremento de 28,3% quando comparado com o mesmo período do ano passado. Situação que esteve atrelada ao período posterior ao de estação de monta, sendo comum o descarte das fêmeas mais velhas que não emprenharam no intervalo desejado pelo produtor.
Além disso, a escassez de machos prontos para o abate também influenciou para esse cenário.
Redação do O Livre (Com Assessoria)