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Depois de pedir intervenção, ameaçar trancar a pauta, agora Jiló quer CPI contra a prefeitura

O vereador Paulinho Jiló voltou a atacar a administração municipal durante sessão ordinária na Câmara de Vereadores ontem pela manhã. Depois de ter pedido intervenção no município e de ameaçar a administração com “trancamento de pauta”, agora o vereador fala em implantar uma CPI no Legislativo para investigar as condições da obra da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) que está sendo construída em Alta Floresta. Jiló levou até a Tribuna uma série de fotos que mostram que o prédio em construção da UPA tem sido utilizada por usuários de drogas e por andarilhos. “As pessoas que entram nela para se drogarem. E porque que aquele trem tá daquele jeito?”, perguntou, respondendo em seguida o que acredita ser o problema da paralisação das obras da UPA, “contrapartida da prefeitura, tá parada”, bradou.

O vereador Rogério Colicchio interrompeu o pronunciamento de Jiló dizendo ter conhecimento de que Alta Floresta corre o risco, no final do ano, de perder recurso do Ministério da Saúde. “Se a prefeitura municipal de Alta Floresta não fizer a contrapartida até dezembro, até o final deste ano, o que eu tenho de informação, e aí eu peço pro Dr Charles dar uma verificada mais nesta condição, é que o município vai ter que devolver o recurso do governo federal que foi pra implantação e aplicação da construção da Upa”, disse Colicchio.

Após relacionar outros problemas, como a obra do asfalto do setor das Araras que sofreu uma paralisação, aquisição de óleo diesel, dificuldades com a merenda escolar, dentre outros, Jiló atacou a administração e propôs a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, “hoje já se há uma necessidadede montar uma comissão e fazer uma CPI, não tem escapatória, nós temos que mostrar a esse povo o que é que nós viemos fazer aqui”, disse o vereador.

A UPA, principal reclamação do vereador, está com sua obra paralisada por conta de um imbróglio que começou no ano de 2012, quando a ex-prefeita Maria Izaura Dias Alfonso mandou uma empresa de sua confiança “invadir” o campo de futebol suíço que pertencia à Associação dos Moradores do bairro RI e B e, mesmo havendo uma lei de doação da área para a Associação, “autorizou” a construção da UPA no local, ignorando a reclamação de moradores que perderam uma de suas principais áreas de lazer. A doação do terreno à Amorib aconteceu no ano de 2004 através da Lei Municipal nº 1.340.

Naquela oportunidade a Amorib entrou na Justiça solicitando a posse do terreno. A obra foi iniciada e a prefeita foi acusada pelo presidente da associação, na época, José Carlos Cavagnoli por “roubo e invasão”.

O principal problema, no entanto, ocorreu no ano seguinte, quando a Colonizadora Indeco ganhou na Justiça uma ação contra o município e que teria, segundo informações repassadas à nossa reportagem, o direito de retorno de praticamente todas as áreas “públicas” que haviam sido doadas à empresas, associações e órgãos públicos. Na prática, segundo o secretário das Cidades de Alta Floresta, Valdiney Trujilo, a área onde está sendo instalada a UPA pertence à Indeco. “Em virtude daquelas questões judiciais que a prefeitura perdeu o prazo de entrar com algumas ações contra a própria Indeco, a área acabou retornando agora em domínio da própria empresa, então todas aquelas áreas públicas, elas se tornaram hoje propriedades da Indeco”, disse o secretário, confirmando o imbróglio.

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