O jornalista Gustavo Capilé de Oliveira, proprietário do Diário de Cuiabá, jornal mais antigo de Mato Grosso em circulação, afirmou que a responsabilidade sobre a apuração e o conteúdo final da pesquisa Vox Populi é toda do instituto. “O Diário de Cuiabá contratou e divulgou a pesquisa. Mas quem dita a forma de sua execução é o Instituto Vox, um dos mais conceituados do Brasil e com décadas de credibilidade”, observou ele.
“Os advogados da Vox vão responder todas as dúvidas. Creio que a juíza [Ana Cristina Mendes] do TRE foi induzida ao erro pelos advogados [das coligações ‘Amor à Nossa Gente’ e ‘Viva Mato Grosso’]. Quem pagou a pesquisa foi o Diário de Cuiabá e o TRE tem tudo isso”, afirmou Capilé de Oliveira.
O dono do Diário de Cuiabá lamentou que, na petição que resultou na liminar, os advogados tenham colocado em xeque a sua idoneidade, por suposto ‘vazamento’ de informação antecipada – na véspera – para o candidato da coligação ‘Coragem e Atitude para Mudar’, senador José Pedro Taques (PDT).
“A notícia saiu às 21 horas no Programa do Roberto França [Resumo do Dia] e, antes das 22 horas, estava publicada no portal de notícias do Diário de Cuiabá e, também, em outros sites noticiosos, inclusive no Olhar Direto”, recordou ele, citando que na noite do dia 18, sexta-feira, todos já sabiam e o Diário só chegou às bancas e assinantes na madrugada de sábado.
“Eu não passei nada disso com antecedência para ninguém. Sou amigo dele [Pedro Taques], sim, mas nunca conversamos sobre pesquisa”, pontuou ele. O Diário de Cuiabá, segundo Gustavo, retirou a pesquisa do site antes mesmo da notificação do TRE.
Gustavo Capilé não soube como Pedro Taques tinha material impresso sobre a pesquisa, colorido, em papel couchê, menos de 10 horas depois da divulgação.
Entenda o caso
A juíza Ana Cristina Mendes, da Propaganda do TRE, concedeu liminar solicitadas pelas coligações ‘Viva Mato Grosso’, do candidato a governador José Geraldo Riva (PSD), e ‘Amor à Nossa Gente’, do candidato Ludio Cabral (PT), contestando o resultado da pesquisa Vox Populi, divulgada na edição do Diário de Cuiabá que circulou no último sábado (19).
A magistrada do TRE embasou sua decisão como base o Artigo 798, do Código de Processo Civil; e 11, caput, da Resolução 23.400/2013, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na batalha judicial, o coordenador jurídico da coligação ‘Viva Mato Grosso’, advogado José Antônio Rosa, obteve a ordem do TER para a investigação da pesquisa. No bojo, a magistrada deseja saber se foram obedecidos os critérios exigidos para levantamento do gênero, como média ponderada – idade, sexo e escolaridade, entre outros. Na petição, Antônio Rosa apresentou disparidade no volume de questionários, que não teria obedecido à média ponderada.
Já para a coligação ‘Amor à Nossa Gente’, além da investigação, conseguiu junto à juíza Ana Cristina Mendes a determinação para busca e apreensão de todo o material em que constava a pesquisa.
O coordenador jurídico da coligação ‘Coragem e Atitude para Mudar’, advogado Paulo Taques, afirmou que todo material foi recolhido e inutilizado mesmo antes da notificação do TRE. Taques afirmou que a coligação respeita “os ditames da Justiça Eleitoral”.