Das matérias votadas na Câmara Municipal na manhã desta terça-feira, 04, duas chamaram a atenção não só pela forma como estão sendo tratadas, mas pelo conteúdo que poderia até ser cômico, não fosse um tanto trágico para a sociedade.
Primeiro, sobre a faixa de pedestres que foi implantada nos últimos dias em frente a um estabelecimento comercial em Alta Floresta. Os vereadores Mendonça e Cidão foram pra cima da administração querendo que a faixa, que foi construída, mas logo apagada, fosse novamente recolocada no lugar aonde, a bem da verdade, sequer teria que ser implantada.
No uso da Tribuna o vereador Mendonça afirma que o Departamento de Trânsito implantou a faixa, na frente do “comércio amigo” (expressão minha) a seu pedido.
E começa aí o erro. Vereador não tem que mandar em nada não, se bem que em Alta Floresta é assim, basta lembrar a polêmica da repintura do letreiro de Alta Floresta, que abrigava uma obra de arte de autoria do artista plástico Paulo Roberto Paulinho, mas que a pedido de um vereador foi apagada e o letreiro da cidade que pulsava cultura voltou a ser um amontoado concreto armado e frio, isso tudo a pedido de um vereador.
Então, senhores leitores, vereador não tem que mandar em nada não, no máximo indicar. Cabe à prefeitura executar, preferencialmente com critério e planejamento. Não foi assim que aconteceu. Vergonhoso.
Ainda mais que a faixa em questão, menos de dois dias depois de implantada a pedido de Mendonça, gerou um acidente do tipo engavetamento.
A faixa do Mendonça fica localizada entre outras duas faixas, com distância de no máximo 300 metros uma da outra, uma está em frente à Câmara de Vereadores (no semáforo) e outra na travessa do Banco do Brasil.
Com todo respeito, vereador tem coisa mais séria a cuidar do que tentar agradar o seu eleitor com implantação de faixa de pedestres ao arrepio da legislação de trânsito. Já pensou em descobrir de onde está vindo este mau cheiro que atinge a cidade todo início de noite? Seria um belo serviço à sociedade.
A segunda matéria que quero destacar diz respeito ao pedido feito pelos vereadores Mequiel e Eliza Gomes em torno da falta, no site da Prefeitura, da gravação de uma licitação. É lei municipal aprovada à duras penas pela Câmara e deveria ser disponibilizada.
E explicação da vereadora Cida é que “problemas técnicos” estariam impedindo que a gravação fosse postada.
Sério? Eu não ouvi isso. Até onde eu sei, a prefeitura pode, assim como eu posso, você pode, ele pode, qualquer um pode fazer uma transmissão ao vivo pelo youtube e disponibilizar o link apenas indicando o endereço. Qualquer textozinho remetendo ao link já seria suficiente. Sinceramente, não sei que problema técnico é esse, mas vou tentar entender, porque, se é lei, tem que ser respeitada e a licitação tem que ser publicada sim.
Mas vou deixar uma sugestão. Façam uma “transmissão pelo facebook”. Dá no mesmo tamanho e tecnicamente é possível e não custa nada para fazer. Viu?