O colunista José Jacinto Siqueira de Arruda, o Jejé de Oyá, 90 anos, faleceu na manhã desta segunda (11). Ele foi um dos mais importantes colunistas da Capital e, recentemente, um grupo de amigos fazia uma campanha para o ajudar. Jejé morreu de parada cardiorrespiratória.
Ele foi levado da clínica geriátrica, onde estava internado, para o Pronto Socorro, mas já chegou morto ao local. O prefeito em exercício de Cuiabá, Haroldo Kuzai (Solidariedade), decretou luto oficial de três dias. Jejé de Oyá, como era conhecido, trabalhou durante mais de 30 anos na área.
Jejé nasceu em Rosário Oeste e veio para Cuiabá com apenas quatro anos de idade, onde foi adotado por uma tradicional família cuiabana. Estudou no Colégio São Gonçalo e Escola Técnica Federal.
No final da década de 60, ingressou no jornalismo com o pseudônimo de Dino Danuza. Pelo fato de ser negro e homossexual assumido sofreu muitas discriminações, mas conquistou à sociedade cuiabana. Por muitos anos tornou-se uma figura indispensável nos principais acontecimentos sociais da capital mato-grossense.
Foi também durante muitas décadas umas das principais figuras do carnaval cuiabano, seja nos desfiles de rua ou nos clubes, onde desfilava com luxuosas fantasias confeccionadas por ele mesmo, graças à habilidade conseguida no curso de alfaiataria na Escola Profissional Salesiana. Na alfaiataria Jejé iniciou costurando roupas sacerdotais. Costurou para personalidades religiosas como dom Aquino Corrêa e dom Orlando Chaves.
Nos anos 90, o jornal Diário de Cuiabá fez uma enquete e por maioria do povo cuiabano, Jejé Oyá foi eleito a personalidade que tinha a cara da cidade. Era funcionário aposentado da Receita Federal, onde trabalhou por 24 anos.