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Diretora da Unemat sofre ameaças de morte; Polícia ignora o caso

diretora-da-unemat-sofre-ameacas-de-morte-policia-ignora-o-casoA professora Lisanil da Conceição Patrocínio Pereira, diretora da Unidade Regionalizada da Universidade de Mato Grosso (Unemat), campus de Juara, no Noroeste de Mato Grosso, denunciou que está recebendo ameaças de morte. Tais ameaças chegaram através de mensagens de SMS em seu telefone celular a partir de domingo, dia 24 de novembro e ainda não pararam.  A Polícia foi procurada mas não deu garantias de vida e nem esboçou possibilidade de proteção. O Ministério Público abriu inquérito e pediu quebra de sigilo telefônico.
Nas ligações, no domingo, ela disse que a pessoa que emitia a chamada não dizia nada, apenas um barulho estranho. A origem das ligações era o telefone 66-9663-5912. Ela disse que foram disparadas entre 20 a 30 ligações para o seu celular e que assim também foi nos dias seguintes. Na terça-feira à tarde, começou a receber mensagens.
No dia 26 de novembro, em discurso proferido no VIII Seminário de Educação do Vale do Arinos, a professora conta que disse trabalhar por causas dos desfavorecidos, tais como negros, índios e com escolas pública “e que por isso não me intimido”. A mensagem que chegou na terça a meia noite remetia ao seu discurso: “Vc não se intimida, espere para ver o que vai acontecer contigo quando eu colocar as mãos em você (sic)” – dizia. Algumas mensagens diziam: “Fogo é perigoso, não é?”. Segundo Lisanil, as mensagens seguintes tratavam de características de sua casa.
Ela relatou que as mensagens estavam vindo no número institucional. Um boletim de ocorrência foi confeccionado. Depois disso, o celular que originava as chamadas sumiu. As mensagens passaram a ser emitidas de outro telefone, da linha 65.
A professora relatou ainda que no dia 27 saiu para jantar com o palestrante daquela noite no evento da Unemat e recebeu a mensagem dizendo “o teu passado vai lhe acompanhar sempre e eu também, bom apetite”. Com isso, tomou a decisão de registrar o Boletim de Ocorrência, juntamente com a professora Lori Hack. Ela disse que pediu para falar com o delegado, que não foi nada tranquilizador. “Ele me disse que se alguém quer me matar não há nada que se possa fazer para impedir, eu que me defenda, nem que seja com caminhão tanque” – relatou.
No dia 29 chegou a mensagem dizendo: “A sua morte é uma questão de tempo, pouco tempo”.
Ela disse que recorreu ao Ministério Público e prometeu abertura de inquérito, mas, que aquebra dos telefones dependeriam da Justiça. As mensagens passaram a chegar do número 66 9975-3071. “Agora estão dizendo que sabe onde mora o meu filho e que iria visitá-lo” – ressaltou. A outra dizia: “Nem tente me denunciar que vou acabar com você”. No sábado, 30, de manhã a mensagem dizia: “coragem de atender o telefone você não tem, mas fazer BO você sabe, pensa que isso me põe medo?”. O telefone era o 66- 9663-5912. “Logo em seguida chamou e eu com muito ânimo disse: “fala seu covarde” e ele desligou o telefone” -relatou.
Nessa mesma noite a professora Lori Hack, com quem divide a casa há cinco anos, passou a receber mensagens, pedindo que ela saísse de perto de mim, que não era nada com ela, dando a entender que quando fosse me atacar, quem estivesse por perto seria prejudicado. Uma das mensagens dizia “as ruas são escuras” ou seja, podia não identificar, pode ser eu ou ela.
Ela disse não ter duvidas de trata-se de alguém dentro da universidade, “ligado às denúncias infundadas que fui vítima nos últimos meses” e que ela está processando, “um a um, por denúncia caluniosa com a intenção de me prejudicar, injúria e má fé”. Ela ainda responsabilizou a direção central da UNEMAT “por contribuir para que as coisas chegassem a esse ponto”. A professora reclama da “situação de total vulnerabilidade”.
Outro motivo estaria ligado à Banca do Concurso Público da Unemat. Ela foi tirada da atribuição e reclama que sequer foi avisada. “Os mesmos que denunciaram a minha participação pensam que pedi para serem reprovados” – disse. Lisanil ainda suspeita que as ameaças estejam ligadas à atribuição de aulas para interinos. “Uma das professoras que participaram da contagem de pontos disse que eu só coloco alguns nos meus projetos.
Tenho o direito de escrever projetos para os editais que eu bem entender, colocando as pessoas em quem eu acredito” – disse.
Lisanil diz que suas lutas na Unemat nunca foram particulares e que escolheu um lado e não pode ser penalizada por isso. “Fui eleita para exercer o cargo de Diretora Política/Pedagógica e Financeiro do Campus de Juara, mas eu nunca representei os interesses do grupo dominante, por isso fui impedida de tomar posse” – frisou. Ela lembrou que só chegou ao cargo após quase oito meses de uma batalha jurídica, em que dois juízes de Juara e de Cáceres determinaram sua posse imediata.
A professora diz que está na Campus de Juara há 7 anos e que durante esse tempo sofreu várias tipos de agressões, verbal, física, inclusive, ameaça que circula por redes sociais. Chegaram a ameaçar de jogar gasolina em seu corpo. “Mas, acho que agora chegamos a uma situação que não posso me calar. Espero que a minha morte não se concretize, espero continuar lutando por uma educação pública de qualidade” – disse.

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