Vinte e três anos depois da lei estadual, enfim, foi oficializada emancipação do 142º município de Mato Grosso, Boa A decisão do Pleno Supremo Tribunal Federal (STF) neste mês encera uma batalha judicial de mais duas décadas.
Desde a lei apresentada pelo ex-deputado Nico Baracat (falecido) e sua aprovação e sanção pelo ex-governador Dante Martins de Oliveira (falecido) no dia 29 de abril de 2000, o distrito mudou muito.
Boa Esperança do Norte foi desmembrado dos municípios de Sorriso (420 KM ao norte de Cuiabá) e Nova Ubiratã (502 KM ao norte de Cuiabá). “Nós respeitamos o plebiscito feito naquela época que pedia a emancipação da região, e por isso votamos e aprovamos”, conta o ex-deputado José Geral Riva, que presidiu o Parlamento estadual na época.
“Boa Esperança do Norte foi o único município que não deu certo naquele período que criamos várias cidades. Foi uma decisão judicial. E eu tenho dúvidas até hoje se a criação foi correta. Porque eu ainda acho que afeta o município-mãe”, diz Riva ao lembrar da votação.
“Mas como eu disse, o deputado apresentou, tinha um estudo prévio e a população desejava isso. Depois do plebiscito, não tinha como ser contra”, completa.
Apesar disso, Riva acredita ainda que a Comissão da Assembleia deveria atualizar o estudo da cidade para ver como ficará o município que perdeu o território.
A 142 Cidade
Se naquela época havia dúvidas ainda quanto à autonomia da região, hoje a cidade já possui cerca de 10 mil habitantes e conta com uma infraestrutura semelhante a muitas cidades mato-grossenses.
Boa Esperança do Norte ficará a 140 km de distância de Sorriso e terá uma área de 450 mil hectares, sendo que 380 mil de área pertencia à Nova Ubiratã e 90 mil de Sorriso.
Nova Ubiratã sempre foi contra a criação da cidade, porque perde 80% de seu território e Sorriso apenas 20%. Atualmente a nova cidade é comandada pelo subprefeito Itamar Porto, que deverá organizar a cidade até que assuma o novo prefeito a partir de janeiro de 2025.
Empacado na Justiça
Se à época Boa Esperança tivesse iniciado suas atividades econômicas, sem sombra de dúvidas hoje estaria se destacando entre os 20 municípios mais produtivos e economicamente viáveis de Mato Grosso, por estar inserido no Médio Norte, sendo essa região reconhecida mundialmente por ser a força motriz que alimenta o mundo, através do agronegócio, cita os defensores do novo município.