Após a descentralização da unidade de síndromes gripais, os moradores de Alta Floresta que tem sintomas da Covid-19 podem procurar a unidade de saúde mais próxima de sua residência para receber atendimento. Ocorre que, existem muitas reclamações sobre a situação onde as pessoas com sintomas gripais e pessoas com outras doenças compartilham do mesmo espaço nas unidades o que pode representar um grande risco de disseminação. A grande questão chegou a ser tema de debate na Câmara Municipal de Alta Floresta.
Na última sessão ordinária, o vereador Zé Eskiva, disse em seu discurso na tribuna, que esteve no Pronto Atendimento Municipal (PAM) recentemente para fazer teste da covid19 e o que ele viu foi um completo descaso. Segundo ele, haviam muitos pacientes para poucos funcionários e todos os pacientes, tanto com sintomas gripais quanto com outros sintomas, estavam no mesmo ambiente. “Eu espero, olhando pra vocês, que nunca vocês precisem da PAM porque lá eu vi e falei gente eu estou vendo o inferno de Alta Floresta, coitado dos funcionários, é muito pouco funcionário para muita gente que eles têm que atender”, disse o parlamentar ressaltando que estava na companhia de sua esposa grávida a qual demorou mais de duas horas para ser atendida. “Tinha muita gente misturado, quem estava com covid-19 sentado ao lado de quem estava doente, do lado de mulher gravida, do lado de idoso”, disse ele. “Na onde é para fazer o tratamento está uma bagunça, uma zona, está uma falta de respeito com a população”, completou o parlamentar.
A equipe do Jornal O Diário procurou o atual Secretário de Saúde José Aparecido para esclarecimentos e em entrevista, ele informou que a secretaria está articulando a criação de uma estratégia de melhor organização destes espaços. Mas, segundo ele, até que isso aconteça, as próprias unidades estão criando as estratégias de acordo com a estrutura do local e também de acordo com a capacidade das equipes. “As nossas equipes são guerreiras, elas dão o sangue; existe a dificuldade e deficiência em algum detalhe, pode acontecer sim, mas eu tiro o chapéu para a equipe”, disse o secretário.
José informou que quando uma pessoa chega com sintomas gripais em quaisquer unidades de saúde do município a equipe de enfermagem irá fazer uma triagem e se for constatado, através do teste rápido, positivo para a Covid-19 o paciente então “fura a fila” e vai para o início do atendimento; nisso, o médico já estará ciente que atenderá alguém com suspeita de covid. Logo após o atendimento, o médico faz a higienização da sala. Se confirmado a covid-19, a pessoa receberá um termo de isolamento e o receituário necessário. Em casos leves da doença, o paciente fará o tratamento em casa. Em casos moderados, o paciente é encaminhado ao Pronto Atendimento Municipal (PAM) e em casos graves, ele é encaminhado para o Hospital Regional. José frisou que nas unidades de saúde é obrigatório o uso de máscaras justamente para prevenir a disseminação não só da Covid-19, mas também de outras doenças contagiosas.
Sobre a questão dos funcionários, José disse que as unidades de saúde estão dentro da política de atenção básica e na Equipe de Saúde da família existem um técnico de enfermagem que faz a triagem, um enfermeiro que coordena a unidade, um auxiliar, um médico e caso a unidade tenha consultório odontológico existe também o odontologista e seu técnico; no caso de unidades que fazem vacinação, existe um técnico de enfermagem que é exclusivo para a aplicação. José explicou que apenas técnicos e enfermeiros capacitados podem efetuar a aplicação da vacina.
Bruno Felipe / Jornal O Diário