Dirigentes dos clubes mato-grossenses que estão na Série D do Brasileirão e na Série A3 da competição nacional feminina, destacaram o Projeto de Lei nº 211/2022 do deputado Carlos Avallone (PSDB), que estende às demais séries os incentivos já concedidos às séries A e B do Brasileirão. A Assembleia Legislativa já aprovou em primeira votação e deve aprovar em segunda, nas próximas sessões, o projeto que, além de estabelecer apoio financeiro aos clubes que disputam as séries C e D, faz justiça ao futebol feminino estabelecendo os mesmos valores dos incentivos concedidos ao futebol masculino.
Hoje, apenas o Cuiabá EC, que disputa a Série A, é contemplado com R$ 3,5 milhão e há previsão de R$ 1 milhão para a Série B, onde Mato Grosso ainda não tem representante. O projeto de Avallone mantém o incentivo para a Série A e aumenta de R 1 milhão para R$ 2 milhões o incentivo aos times da Série B. Estabelece um incentivo de R$ 1,5 milhão para os clubes da Série C e R$ 1 milhão para clubes na Série D. Com a aprovação, as equipes do Operário de Várzea Grande e do Sociedade Ação Futebol, de Santo Antônio de Leverger, passarão a ser contempladas, pois são as representantes de MT na Série D este ano.
Para o futebol feminino, as equipes que disputarem a Série A1 também receberão R$ 3,5 milhão. As da Série A2 terão direito a R$ 2 milhões e as da Série A3, um aporte de R$ 1,5 milhão. Com a aprovação do projeto, o Mixto, representante de Mato Grosso na Série A3, será contemplado.
“No mês das mulheres, estamos fazendo justiça ao futebol feminino que está em franca evolução em Mato Grosso e em todo o país. Estamos aperfeiçoando e corrigindo uma falha no projeto original que aprovamos no final do ano passado, para estimular todas as equipes que disputam os campeonatos da CBF no masculino e no feminino”, justificou o parlamentar.
REPERCUSSÃO POSITIVA
A iniciativa do deputado Carlos Avallone foi elogiada pelos dirigentes esportivos locais. Antero Paes de Barros, um dos gestores do Mixto Esporte Clube – que coordena um grande projeto de ascensão às principais séries do Campeonato Brasileiro, classificou o projeto como “a salvação do futebol feminino de Mato Grosso”. Segundo Antero, Avallone corrige uma falha da lei, de autoria do Executivo, e contribui para colocar Mato Grosso no mesmo patamar dos demais estados que já apoiam o futebol feminino, hoje destaque no cenário nacional e internacional.
“É muito bom perceber que o futebol e outros esportes passam a estar no foco da classe política de Mato Grosso e do Brasil”, disse Dudu Campos, presidente do Operário, um dos times mais tradicionais de Mato Grosso. “Aportar dinheiro público em times de futebol para a descoberta de novos talentos é assegurar emprego e renda para milhares de pessoas. Precisamos profissionalizar não apenas o esporte e o esportista em si, mas a classe empresarial e os governos para investirem e cobrarem retorno, pois cada centavo aplicado de forma correta e transparente, com certeza representará menos pessoas nas ruas e na criminalidade”, disse o dirigente operariano.
Dudu Campos enalteceu o projeto do deputado Carlos Avallone “que está olhando para a base do esporte, para a descoberta de novos valores e não apenas para time que já está ganhando. Só teremos novos e mais ganhadores, se todos receberem os investimentos necessários, pois em qualquer parte do mundo o esporte é uma empresa que gera dividendos e abre portas para retirar milhões do anonimato, dando-lhes vida e esperança”, concluiu.
O presidente do Ação, João Benedito, também elogiou a iniciativa do deputado Avallone. “Sem dúvida é um projeto que vai ajudar muito, principalmente as equipes que não tem muito orçamento como nós. Fomos o terceiro colocado no [campeonato] mato-grossense de 2021 e estamos trabalhando duro, mas por falta de apoio financeiro, este ano não conseguimos montar uma equipe mais competitiva para o estadual”.
Apesar de todas as dificuldades, ele lembra os avanços já obtidos pela equipe da baixada cuiabana e espera que o projeto seja implementado rapidamente. “Estamos representando Mato Grosso na Série D e esse incentivo é aguardado com muita expectativa, pois a competição começa no próximo mês e ainda temos muita dificuldade para montar o elenco, pois sem perspectivas de orçamento adequado fica difícil organizar um time competitivo. Então estamos torcendo para que esse projeto seja aprovado, sancionado e regulamentado o mais rápido possível”, finalizou o dirigente.
Antero Paes de Barros acredita que o governador Mauro Mendes vai sancionar o projeto. “Não tenho dúvida de que o governador vai sancionar a nova lei. Primeiro, porque ele não tem nada contra as mulheres. Segundo, porque sabe que o futebol feminino também precisa de incentivo e também porque essa lei vai viabilizar definitivamente a Arena Pantanal. O que seria um elefante branco passa a ser um espaço superavitário. O governo vai gastar menos, mesmo dando estes incentivos, pois poderemos receber jogos de todas as séries, no masculino e no feminino. Parabéns ao deputado Avallone, um golaço a favor do futebol feminino, do Mixto que está na série A3 feminina e também do Operário e do Ação, nossos representantes na série D. isso vai fortalecer muito o esporte-rei aqui no estado”, finalizou Antero.
JUSTIFICATIVA
O projeto de Avallone amplia o programa original com o objetivo de patrocinar também as equipes do futebol profissional mato-grossense que disputem as séries C e D (masculino) e A1, A2 e A3 no gênero feminino, organizados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Com as alterações, o programa instituído pela lei nº 11.550/2021 incentiva a profissionalização das equipes de futebol de MT; oferece melhores condições para acesso às principais divisões do futebol brasileiro, feminino e masculino; promove os meios para que as equipes se mantenham nas séries, A, B, C e D; fortalece o futebol profissional mato-grossense e difunde as potencialidades do Estado de Mato Grosso, por meio da imagem da entidade patrocinada junto ao público e aos canais de mídia.
A Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel), será responsável pelo planejamento, administração, direção e execução das atividades do programa, respeitando as previsões orçamentárias anuais. O incentivo será concedido para cada equipe que disputar os campeonatos nacionais, podendo ser renovado anualmente. Como condição para recebimento do incentivo as equipes deverão, entre outras condições previstas em contrato, divulgar de forma associada à sua imagem, as potencialidades turísticas, econômicas e ambientais do Estado de Mato Grosso.
Avallone lembra que o esporte é uma ferramenta importante para o desenvolvimento de uma nação, gerando entretenimento, emprego e renda para diferentes segmentos, razão pela qual a Constituição estadual definiu que pelo menos 6,5% da receita corrente líquida devem ser investidos no esporte.
EDUARDO RICCI / Gabinete do deputado Carlos Avallone