Da criatividade e do perfil empreendedor da empresária Iandry Torres surgiu a iniciativa de se adaptar aos novos tempos, em que o mundo convive com a pandemia de coronavírus. A sócia-proprietária de uma loja de roupas, acessórios e calçados para festas, a Maison Sposare, trocou o glamour dos produtos de festa pela confecção de um artigo que até então não era tão importante para a população em geral: as máscaras.
Iandry desenvolveu uma máscara anatômica e adaptável ao clima mato-grossense e decidiu levar seu conhecimento adiante. A empresária e seus colaboradores vão ensinar as costureiras de três unidades penitenciárias do Governo do Estado a confeccionarem este tipo de máscaras.
Junto com todos os insumos que foram doados pelo Conselho da Comunidade da Execução Penal de Cuiabá, cerca de 35 mil máscaras serão confeccionadas pelos reeducandos de três unidades: Penitenciária Central do Estado (PCE), Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC) e a Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May.
Essas máscaras já tem destino certo: os mais de 3 mil servidores públicos do Sistema Penitenciário de Mato Grosso, espalhados pelas 52 unidades em todo o estado. Além disso, os reeducandos que trabalham dentro das unidades também serão beneficiados pela iniciativa.
“Nós estamos fechados desde 20 de março e meu negócio lida justamente com eventos. Nós decidimos nesse momento inovar de forma que pudéssemos ajudar a sociedade e ajudar também nas contas da empresa. Esse é o momento das pessoas refletirem, serem mais humanas e fazerem algo em prol da sociedade e nós, da Maison, nos sentimos na obrigação de repassar o conhecimento que adquirimos”, disse a empresária.
O secretário adjunto de Administração Penitenciária, Emanoel Flores, acompanhou a troca de experiências entre empresa e representantes das três unidades penais da Capital. E fez questão de agradecer o gesto de solidariedade da empresária e a doação promovida pelo Conselho da Comunidade.
“A preocupação da Secretaria de Estado de Segurança Pública por meio da adjunta de Administração Penitenciária é a de resguardar vidas, preservar a saúde e a segurança dos servidores do Sistema Penitenciário e a custódia dos reeducandos. E não poderíamos deixar de agradecer o Conselho da Comunidade que, por meio do Tribunal de Justiça, foi o grande responsável por adquirir os insumos necessários para a confecção dessas máscaras”, pontuou Emanoel.
Material utilizado
O Conselho da Execução Penal fez a aquisição de 1.750 metros do tecido utilizado para a confecção deste novo tipo de máscara, o que totalizará as 35 mil máscaras. A presidente do conselho, Silvia Aparecida Tomaz, explicou que este novo molde tornará mais barato do que o modelo que estava sendo produzido anteriormente pelas reeducandas do presídio feminino. Silvia, que também é a responsável pela parceria com a Maison Sposare, contou como surgiu a iniciativa.
“Essa é uma iniciativa que surgiu com toda a mobilização dos juízes da Execução Penal, do presidente do Tribunal de Justiça e do desembargador Orlando Perri. E o Conselho da Comunidade está executando alguns recursos para que possamos proteger os trabalhadores do Sistema Penitenciário de Mato Grosso e posteriormente atender às instituições que desenvolvem projetos de ressocialização”, explicou Silvia.
A técnica foi acompanhada de perto pela diretora da Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, Maria Giselma Ferreira da Silva. A produção já está em ritmo acelerado na unidade, já que as reeducandas produzem uma média de 780 máscaras por dia, totalizando 5 mil máscaras confeccionadas até o momento.
“Essa produção de máscaras é muito importante porque a gente contribui com a sociedade nessa época de prevenção ao coronavírus. Então o Sistema Penitenciário está abraçando esse projeto, afinal de contas, os nossos segregados precisam ser cuidados assim como as forças de segurança que atuam nas unidades”, pontuou a diretora da unidade feminina.COMENTAR