Altair Nery / Da Redação
A professora Erli (Erliete Pissinini) usou sua página pessoal no Facebook para enaltecer a figura do artista plástico Paulo Roberto Paulinho que morreu no ano passado vítima de câncer. Se estivesse vivo, Paulinho pé no chão, como era conhecido entre seus amigos e admiradores, completaria 57 anos no último dia 16 de abril.
O modo como a professora Erli usou para marcar a data foi a publicação do letreiro da entrada da cidade, que foi artisticamente pintado um ano antes de sua morte, numa ação proposta pelo prefeito Asiel Bezerra, mas acabou sendo sorrateira e covardemente apagada um ano após, com ordens que partiram de dentro da secretaria de cultura do município.
Na postagem a professora registra, ‘por baixo da “brancura” “ideológica” imposta ao letreiro da nossa cidade ainda existe a obra daquele que foi um dos mais icônicos artistas de Alta Floresta!!!’.
Quando criou a arte no letreiro, Paulinho Pé no Chão usou elementos que remetiam ao início da colonização de Alta Floresta, que no mês que vem completa 43 anos de criação. Elementos como a água, o ouro, a madeiras, a agricultura, as estradas que cortaram a Floresta Amazônica mato-grossense para que aqui fosse implantada uma cidade. “Paulo Roberto Paulinho sempre viverá nas lembranças dos seus contemporâneos… por mais que tentem apagar seu legado… Paulinho pé no chão vive na sua música, na sua irreverência, na sua poesia, nos seus quadros e murais… e em tantas outras artes nas quais se envolvia!!! “, afirmou a professora e admiradora. “O mês de abril nunca mais será o mesmo sem suas tradicionais ‘Exposições de Abril”…”, finaliza.
Dentre os comentários e compartilhamentos, um chamou a atenção, Edson Almeida referiu-se à Paulinho, como “o maior artista plástico, letrista e músico que passou pelas terras Altaflorestense, Parabéns Paulinho vc ainda vive nas ruas calçadas e construções de nossa cidade”, afirmou.
Relembre – No mês de março de 2018, “da noite para o dia”, o letreiro que um ano antes (maio de 2017) havia sido artisticamente pintado pelo artista plástico Paulo Roberto Paulinho, foi apagado a mando da então diretora de cultura Flávia Bulhão. O artista procurou a redação do Jornal O Diário, reclamou e afirmou inclusive que teve uma rápida conversa em que estavam presentes o prefeito Asiel Bezerra, o vereador Charles Miranda e integrante do departamento de cultura, ocasião em que o prefeito negou que tivesse dado ordens para apagar o letreiro e, o que ainda é pior, demonstrou-se chateado com a agressão à memória cultural que foi cometida contra o município. Ainda assim, Asiel manteve a então coordenadora que mais tarde, quando a vice-prefeita Marineia Munhoz assumiu, acabou sendo afastada.
Poucos meses após a polemica, o artista Paulo Roberto Paulinho, que lutava contra um câncer na região da face, acabou falecendo.