TIRO E QUEDA, por Altair Nery.
Ontem o STJ deu decisão favorável, em caráter liminar, extinguindo a punibilidade de 6 anos e 8 meses em uma condenação por crime de peculato, neste ano imposta ao deputado Gilmar Fabris, que é do PSD e que está esperando a apreciação de um Recurso no TSE para ver se consegue descongelar os votos que teve nas eleições, acima de 22 mil e que servirão para que ele tome posse de uma das 24 vagas para deputado estadual no próximo quadriênio. Livre da pena imposta pela Justiça matogrossense, a tendência é que ele seja liberado pela Justiça Eleitoral e por esta razão, em tese, ganha a vaga. Analistas e “analistas” apostam nisso.
E o que significa isso para Alta Floresta e região?
A resposta é NADA.
A não ser pelo fato de que o deputado estadual Romoaldo Junior que hoje é primeiro suplente passaria para a segunda suplência, ou seja, dificilmente conseguiria assumir uma Vaga na AL no próximo mandato. Havia, ou ainda há, a expectativa que o Governador eleito Mauro Mendes abrisse uma vaga convidando um dos deputados eleitos para assumir um cargo no governo.
Mudando de assunto.
Agora vamos falar de um tema que esta monopolizando as conversas em Alta Floresta e toda a região, trata-se da “nova Serra Pelada”, que surgiu em Aripuanã e que está atraindo para a cidade, gente de todas as bandas do estado, em busca de ouro. Um agricultor teria descoberto ouro enquanto plantava arroz. Quando souberam da história, as pessoas começaram a correr em busca da pedra preciosa e o que se vê é um crescimento estarrecedor da quantidade de pessoas na cidade.
Vídeos que circulam pela internet, principalmente pelos aplicativos de mensagens, mostram homens e máquinas trabalhando lado a lado, sem qualquer preocupação com segurança ou regras, a cada “cavucada” feita por uma retroescavadeira, as pessoas se aglomeram com picaretas, rebuscando a pedra preciosa. Vi um vídeo de uns 2 minutos de duração, não dava para contar o número de homens naquele local, parecia um formigueiro e, neste curto espaço, deu para perceber as pessoas retirando da terra pedras enormes que, ao menos nas imagens, parecia de fato ser ouro.
Há relatos de que mais de 1.500 homens já estão se aventurando no garimpo que fica localizado há uns 10 km da cidade, numa fazenda por nome Dardanello, que fica à margem da MT 208, portanto, de fácil acesso.
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio da Promotoria de Justiça de Aripuanã, afirmou que oficiará o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e demais órgãos competentes, para realizarem a fiscalização e a repressão no local.
A Polícia Militar também já teria reforçado o efetivo, mais no sentido de garantir a ordem e a segurança, pois não podem agir sem que haja uma determinação, por exemplo, desocupação.
Enquanto isso não acontece, a garimpeiraiada está “lavando a égua” e “enchendo a boroca” com a pedra preciosa. Estas expressões, eram muito usadas na década de 80, o tempo do garimpo na região e, quem diria, voltamos a usar, ou seja, a cada dia vamos vivendo um pouco o passado que já experimentamos.
Você acredita que existe muito ouro na região? Eu acredito, não só em Aripuanã, mas em várias cidades. As leis de proteção ao Meio Ambiente é que dificultaram a retirada do ouro, cuja atividade perdeu força ainda no governo do ex-presidente Fernando Collor de Melo.
Atualmente, a expectativa dos garimpeiros é que as regras de Meio Ambiente sejam flexibilizadas, ganhando margem para que a atividade possa ser exercida sem tanta pressão governamental.
O anúncio ontem, de que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) irá juntar os Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, soaram como “música clássica” aos ouvidos dos que apoiam esta iniciativa, mas aos ouvidos de ambientalistas e daqueles que acreditam que o preço a ser pago é muito alto, inclusive o atual Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que criticou a iniciativa, bem, aos ouvidos destes (contrários) parecia um “rock metaleiro”, tocado por uma banda formado só por músicos meio surdos.