Depois que o lixo chegou, literalmente, às margens da MT 208, sem tratamento ou, no mínimo, sem manuseio adequado, a secretaria de obras interveio para realizar um “paliativo” no Aterro Municipal. Com dois caminhões, uma PC, uma prancha e um trator esteira, (este que foi emprestado por um fazendeiro, já que a prefeitura não tem equipamento em condições de trabalho), além de um grupo de funcionários, a prefeitura realizou uma força tarefa para dar as mínimas condições até que a situação do aterro esteja definitivamente resolvida. Segundo o vereador Reinaldo de Souza, líder do prefeito na Câmara de Vereadores, o departamento jurídico da prefeitura já esta trabalhando para resolver juridicamente a situação. “Esta empresa não fez nada e o prefeito já esta mexendo com aparte jurídica da prefeitura para que seja rescindido este contrato e o prefeito vai estar fazendo alguma ação, ou o município vai tocar, ou que entre uma empresa que realmente quer cuidar do aterro sanitário”, disse Reinaldo de Souza.
Apesar do nome, “aterro municipal”, o aterro é terceirizado, desde o ano de 2006 e nunca houve um tratamento digno para o lixo coletado em Alta Floresta. “Na época foi feita uma licitação, foi passada para uma empresa privada que estaria cuidando do aterro sanitário, esta empresa recebeu e recebeu muito dinheiro e nunca fez nada aqui no aterro, na gestão do prefeito Asiel esta empresa já estava tocando o aterro sanitário, o prefeito chegou pagar algum tempo e depois ele viu que não teria condições de pagar uma empresa que não estava pagando nada, aí ele suspendeu o pagamento”, disse o vereador.
O problema ficou mais evidente no início do ano, quando o lixo avançava para a porteira do aterro sanitário. Há cerca de 30 dias o MPE chegou mediar uma reunião entre administração municipal e a empresa, que reclamou que a prefeitura estava inadimplente. Para o MPE, o prefeito explicou que, como a empresa não estava cumprindo com suas obrigações, resolveu suspender os pagamentos até que o serviço fosse executado. Ao MPE, a empresa teria se comprometido à dar uma solução, o que não aconteceu. Segundo um funcionário que trabalha no lixão, há pelo menos 90 dias a empresa “abandonou” o aterro sanitário, o que explicaria em tese a situação que salta aos olhos.
Para o secretário de obras, Eloi Luiz de Almeida, o prefeito Asiel Bezerra determinou que fossem feitos todos os esforços para a realização do paliativo. Nós estamos fazendo o possível para amenizar o problema que é de obrigação da empresa que ganhou a concorrência pública no município. É um trabalho emergencial”, disse o secretário, que aproveitou para agradecer aos fazendeiros que auxiliaram até com maquinários. “É um trabalho da prefeitura, Câmara Municipal e iniciativa privada, dois empresários da cidade se prontificaram, arrumou o esteira para fazer este trabalho e uma prancha, então, tenho eu agradecer a oportunidade”, disse o secretário.
O vereador Lau disse que as máquinas da prefeitura não poderiam sequer entrar no aterro sanitário, no entanto, a situação se tornou calamitosa e necessitou da intervenção do poder público. “A situação, do jeito que estava, o prefeito determinou que tomasse as providencias”, afirmou.