Evitar totalmente a exposição solar, investir nas suplementações e cortar totalmente os doces da dieta estão entre eles cuidados com a alimentação, com a pele, com o corpo, a necessidade de praticar atividade física etc. Atualmente, vivemos bombardeadas de orientações relacionadas à saúde e à beleza e tentamos ao máximo segui-las para garantir uma melhor qualidade de vida.
Porém, algumas dessas orientações ainda causam controvérsias. Ou, simplesmente, por deixarem uma pequena margem para serem interpretadas de forma incorreta, podem confundir as pessoas e até gerar consequências negativas à saúde.
Abaixo você confere uma lista com hábitos aparentemente saudáveis, mas que podem trazer alguns resultados negativos à nossa saúde, especialmente se forem levados “ao pé da letra” ou interpretados incorretamente:
1. Cortar totalmente os doces da dieta
A maioria das pessoas, quando inicia uma dieta de emagrecimento, corta totalmente os doces da sua dieta, sabendo que esses alimentos são bastante calóricos e prejudiciais à saúde. Porém, será que essa atitude é mesma correta?
A nutricionista Sabrina Lopes explica que o corte de doces é positivo no aspecto de eliminar grandes quantidades de calorias vazias, “porém, não acho interessante um corte radical, para quem está acostumado a consumir grandes quantidades de doces diariamente. Indico ir reduzindo as quantidades gradativamente, para que a pessoa não sinta tanto a mudança”, diz.
Caso contrário, a pessoa corre o risco de exagerar sempre que tiver a chance de “escapar” da dieta e comer um docinho
.
2. Beber o máximo de água possível por dia
Todo mundo sabe da importância de beber água e, provavelmente, não dúvida dos benefícios que ela oferece a nossa saúde. Mas muitas pessoas se confundem com a orientação de beber oito copos ou mais de água por dia e, às vezes, acabam até exagerando no consumo. E o pior: bebendo toda a quantidade de água de uma vez (por exemplo, à noite, ao se dar conta de que não tomou ainda a quantidade de água recomendada por dia).
De acordo com a nutricionista Sabrina Lopes, o ideal é não sentir sede e nem beber água excessivamente de uma forma rápida. “É bom manter uma hidratação contínua durante todo o dia, bebendo no total até dois litros de água durante o dia. Sempre recomendo aos meus pacientes beber um copo de água a cada hora, assim atingimos os oito copos ou dois litros”, diz.
Além disso, é importante tomar cuidado com o consumo excessivo de água engarrafada, já que alguns estudos têm sugerido que os produtos químicos de garrafas de plástico podem contaminar a água e prejudicar os níveis hormonais humanos.
3. Comer muito antes de malhar
A maioria das pessoas sabe que não é nada recomendado ir à academia ou praticar outras atividades físicas sem comer. Mas comer muito antes de malhar também pode gerar resultados negativos. Por isso é fundamental saber a diferença entre “comer bem” e “comer muito”.
A nutricionista Sabrina Lopes destaca que comer de forma errada ou comer muito antes de malhar pode fazer com que o rendimento da pessoa caia, já que ela se sentirá pesada para realizar grandes esforços.
Além disso, é preciso se atentar ao horário e ao tipo da refeição. “O ideal é comer de 60 minutos antes do treino, optar por lanches leves compostos de carboidratos, que vão te dar disposição e energia para o treino”, diz Sabrina.
“Caso for treinar após uma grande refeição, como o almoço, espere pelo menos 1h30”, acrescenta a nutricionista.
4. Cortar totalmente as gorduras da dieta
Muitas pessoas pensam ainda que, tanto para emagrecer como para manter uma boa saúde, não podem comer nenhum alimento que contenha gordura. Porém, conforme destaca a nutricionista Sabrina Lopes, a gordura deve estar presente em nossa alimentação, mas na medida certa. “Isso porque ela exerce funções importantes no nosso organismo, como fornecer energia, transportar vitaminas e diminuir o tempo de esvaziamento gástrico – o que contribui para a sensação de saciedade após a alimentação”, explica.
“Existem as gorduras ‘boas’ para o nosso organismo, também conhecidas como insaturadas. Elas são, na maioria das vezes, de origem vegetal e também estão presentes em peixes de águas frias como o salmão. Essas gorduras auxiliam no fortalecimento do sistema imunológico e ajudam a prevenir doenças cardiovasculares”, acrescenta a nutricionista.
5. Optar por suplementação alimentar
Atualmente, os suplementos alimentares são aliados da saúde e da dieta de muitas pessoas e, sem dúvidas, têm seus benefícios. Porém, o erro está em exagerar na suplementação e/ou ainda, não seguir as orientações de um profissional da área da saúde para isso.
A nutricionista Sabrina Lopes explica que a suplementação, quando feita de forma incorreta ou em excesso, pode trazer diversos problemas à saúde, como, por exemplo, relacionados ao fígado, rins, ossos e ao metabolismo. “Também pode gerar alguns sintomas como flatulência, espinhas e, em alguns casos, até ganho de peso devido ao excesso”, acrescenta.
“A suplementação só deve ser feita com intuito de complementar a dieta, ou seja, só devemos suplementar algo que está deficiente em nossa dieta por algum motivo específico. E ela deve ser feita apenas após uma avaliação nutricional e prescrição”, explica a nutricionista.
Sabrina ressalta ainda que, pessoas que possuem diabetes, hipertensão, hepatite e anemia, só podem fazer uso de suplementos após uma avaliação criteriosa de um médico e nutricionista.
6. Evitar totalmente a exposição solar
Atualmente, se reforça com frequência a necessidade das pessoas passarem protetor solar diariamente, mais de uma vez ao dia etc., e evitarem ao máximo a exposição solar. Porém, o assunto gera controvérsias.
André V. F. Franco, idealizador do Vitamina D – Brasil, projeto sem fins lucrativos com o objetivo de educar as pessoas sobre a importância da vitamina D e da exposição solar sensata, explica que, ao evitarmos completamente a exposição solar, nos privamos de um recurso natural, com o qual convivemos durante anos de nossa evolução. “A exposição ao sol, além de ser nossa fonte natural de vitamina D, tem demonstrado, em pesquisas recentes, possuir outros efeitos benéficos ao organismo humano, como, por exemplo, o aumento na produção de beta-endorfinas, que promovem a melhora do humor, e de oxido nítrico, que oferece proteção cardiovascular”, diz.
Mas, conforme ressalta André Franco, a ação mais importante da exposição solar sobre a nossa saúde é a produção de vitamina D. “Além dos efeitos na saúde músculo esquelética, tem sido relatado em muitos estudos a sua ação benéfica contra infecções em geral, doenças autoimunes, doenças cardiovasculares, diabetes, vários tipos de câncer, doenças neurocognitivas, infertilidade, problemas ocorridos durante a gravidez e muitas outras condições”, explica.
Na opinião de Franco, quando se iniciaram as campanhas para que todos evitassem o sol, aparentemente, ninguém considerou que isso poderia ser prejudicial a algumas pessoas. “Além disso, a suplementação da vitamina D em substituição à exposição solar sequer foi cogitada. As recomendações para que todos evitem completamente a exposição solar, sem critérios bem definidos, tem se mostrado um dos maiores erros da medicina”, diz.
André Franco explica que a exposição solar com finalidade de produção da vitamina D deve ocorrer em horário de maior incidência da radiação UVB. “Esse horário pode variar de acordo com a latitude e estação do ano. Uma dica é observar a extensão da sua sombra, que deve ser menor que a sua estatura para garantir que você está tendo uma boa produção de vitamina D”, diz.
Ainda de acordo com Franco, a área de cobertura corporal deve ser a mínima possível, com ao menos os braços e as pernas expostos a fim de minimizar o tempo necessário de exposição. “Este tempo varia também conforme o tipo de pele. Para as mais claras, em torno de cinco a vinte minutos; já as mais escuras podem necessitar de duas ou três vezes mais tempo”, explica. “O uso de filtro solar durante esse período impede a produção de vitamina D, mas pode ser utilizado nas mãos e no rosto, que são áreas mais frequentemente expostas. A exposição deve ser de no mínimo três vezes por semana a fim de garantir níveis adequados da vitamina”, acrescenta o idealizador do projeto Vitamina D – Brasil.
Mas a principal dica, ressalta Franco, é: não se queime! “A exposição solar saudável produz um leve rosado em sua pele. Após esse período, a pessoa deve se proteger, com roupas, chapéu ou mesmo uso de protetor solar, minimizando o acúmulo de riscos relacionados à luz solar. Dessa forma é possível ter uma exposição solar segura e saudável para todas as idades”, finaliza.
7. Não falar sobre seus problemas
Muitas pessoas, quando estão com algum problema ou, principalmente, quando passam por uma decepção, por exemplo, amorosa, evitam falar do ocorrido, para não ficar “remoendo” e sofrendo com o assunto. Porém, esta nem sempre é uma boa ideia.
De acordo com a psicóloga Renata Maransaldi, na maioria das vezes, é bom dividir o problema com outras pessoas. “Mas, em primeiro lugar, é preciso perceber com quem compartilhar isso. É interessante que seja com alguém que tenha relevância em sua vida e não sair contando para todo mundo”, diz.
A psicóloga explica que, o fato de falar sobre um problema, não significa que o outro irá resolver a situação e ter uma resposta para tudo, mas a outra pessoa pode auxiliar com novas ideias.
“Quando você não divide um problema, sua cabeça fica muito limitada em apenas um foco. Muitas vezes outras pessoas já passaram por uma situação parecida, por isso a importância de dividir e conseguir outro ponto de vista”, acrescenta a psicóloga Renata.
Porém, é importante ressaltar que o problema/a decepção não deve ser o ponto principal de todas as suas conversas por um longo período. O que, certamente, a deixaria focada somente nisso, se esquecendo de ouvir as outras pessoas, falar sobre outros assuntos e, por fim, superar o ocorrido.
E você, o que acha de todas essas informações? Como muitos assuntos ainda geram controvérsias, a dica é seguir sempre as orientações de um profissional de sua confiança. E, em casos de dúvida, nunca hesitar em falar com ele sobre seus receios.
Fonte: http://www.dicasdemulher.com.br/habitos-aparentemente-saudaveis-que-podem-ter-consequencias-ruins/– Por Tais Romanelli – Foto: Thinkstock
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