Bruno Felipe / Da Reportagem
A alta no preço da carne bovina em todo o Brasil já é uma realidade também no estado de Mato Grosso, inclusive em Alta Floresta. Os pequenos e grandes mercados do município registraram preços elevados nas últimas semanas referente a carne de boi e os consumidores já sentem o impacto do aumento no bolso. Conforme apurado pela reportagem do Jornal O Diário, o motivo deste aumento é a grande demanda chinesa pelo produto brasileiro.
Apesar do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontar aumento na ordem de 3,08% em novembro, em Alta Floresta este índice é “muito maior”. A reportagem do Jornal O Diário visitou alguns mercados do município nesta quarta-feira, 27, e em conversa com alguns açougueiros verificamos que a alta do preço da carne bovina começou a ocorrer desde a última semana. Em um dos mercados localizado na grande Cidade Alta, por exemplo, o preço do coxão duro está saindo pelo valor de R$28,99, já em outro supermercado, localizado no centro da cidade, o valor era de R$30,99. Constatamos pouca diferença de um mercado para outro, mas em compensação todos com preços elevados. O percentual de aumento em relação ao que estava sendo praticado não foi informado, mas o coxão duro, a titulo de exemplo, estava sendo vendido em média a 20 reais antes do aumento, batendo a casa dos 50% de majoração.
Explicação possível – Desde o fim de 2018, a China enfrenta queda da produção de suínos devido a uma grave crise sanitária na suinocultura, o que obrigou a elevar as compras externas e a procura de outras proteínas, como a bovina. O Brasil, principal exportador mundial de carne bovina e de frango, foi beneficiado por essa demanda chinesa. E essa demanda veio justamente na entressafra do boi, quando a oferta é menor e quando o consumo interno aumenta devido às festas de fim de ano. O resultado foi uma disparada do preço do boi que chegou a R$204,05 na última terça-feira (26), segundo o indicador Esalq/B3 (boi gordo).
Vivendo apenas com um salário mínimo, Maria Claudia, mãe de um filho de 07 anos, afirmou em entrevista ao Jornal O Diário que precisou economizar os gastos dentro de casa para adquirir o alimento que, para ela, é essencial na alimentação. “Eu que tenho filho precisei reduzir meus gastos para poder comprar carne porque é um alimento que você vive sem, mas é um alimento que você necessita; mesmo assim o preço está muito elevado e muita gente vai deixar de comprar”, disse ela. A crise econômica que o país atravessa e o pessimismo em função da crise política repercute diretamente no consumo. É possível que o mercado encontre um certo ajuste nos preços, mas, de qualquer maneira, o consumidor continuará pagando mais por alguns meses até essa diminuição de preços ocorrer.