Comissão denunciou caso e diz que até crianças sofreram ameaças do grupo. Área é alvo de disputa entre famílias de acampados e fazendeiro.
Cem famílias que ocupavam uma fazenda na região de Novo Mundo, a 791 km de Cuiabá, foram retiradas à força do local e tiveram barracos e materiais incendiados. A denúncia foi feita pela Comissão Pastoral da Terra de Mato Grosso (CPT/MT), que afirma ter registrado boletim de ocorrência sobre a situação. De acordo com a comissão, a área é alvo de disputa judicial entre as famílias de acampados e um fazendeiro.
O grupo teria sofrido ameaças no sábado,20, e teve o acampamento invadido por homens armados no domingo,21, conforme a CPT.
“Os trabalhadores ocuparam a área na quinta-feira,18, dentro da área onde eles estão reivindicando. Apareceram alguns pistoleiros no local e ameaçaram as famílias para saírem de lá, eles procuravam as lideranças [do acampamento]. No domingo mais de 15 homens armados, alguns encapuzados e com coletes à prova de balas, colocaram fogo nos carros e em barracos”, declarou a coordenadora da CPT/MT, Elizabete Flores.
As famílias de acampados relataram que foram agredidos fisicamente pelos homens que invadiram a área. “Eles chegaram a colocar fogo em um barraco onde estavam duas crianças. Essas duas crianças, que são pequenas, foram atingidas por gasolina. Elas só não foram queimadas porque deixaram sair do local. Eles obrigaram as famílias a saírem da terra”, afirmou a representante da comissão.
Conforme a CPT/MT, cinco pessoas que são ligadas à liderança do acampamento ficaram desaparecidas durante todo o dia depois que fugiram do local. Eles foram encontrados no final do dia.
A área em disputa tem mais de 14 mil hectares é alvo de uma ação de reivindicação que tramita pela Justiça Federal de Cáceres, a 220 km de Cuiabá. As famílias pedem 2 mil hectares da área. A comissão relatou que parte dessas famílias continua no local mesmo após a invasão no final de semana.
A Polícia Civil informou que algumas pessoas que estavam no acampamento prestaram depoimento na delegacia nesta segunda-feira, 22. Eles disseram que foram ameaçados e apontaram o fazendeiro como responsável pelos atos. A Polícia Civil afirmou que investiga o caso e que a área em questão seria particular.d.getElementsByTagName(‘head’)[0].appendChild(s);