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Governo paga 30% do prometido e Hospital Regional pode paralisar atividades na segunda

imagesA falta de pagamento de médicos no Hospital Regional Albert Sabin pode aumentar a crise na unidade de saúde, apesar do governador Pedro Taques ter afirmado, no último dia 20 de outubro, em reunião com prefeitos e vereadores de Alta Floresta e cidades da região, de que até o final do mês (passado) todos os pagamentos estariam normalizados. Uma “varredura” no sistema Fiplan, do Governo do estado, aponta que, depois do dia 20, foram feitos 98 pagamentos pelo “IPAS Alta de Floresta” (assim é identificado no sistema), num montante de R$ 3.006.211,43, o que significaria 30% do valor anunciado pelo diretor do Hospital, que apontou, em documento encaminhado para a Secretaria Estadual de Saúde, um débito na ordem de 9,7 milhões de reais.  No entanto, no mesmo sistema, parte dos pagamentos foram estornados, caso de dois empenhos que foram identificados pela nossa reportagem em que quase 10 mil reais foram estornados para as contas do Estado.

A dívida acumulada do HRAS é com fornecedores, funcionários e impostos. Em alguns casos, há médicos com até cinco meses de salários atrasados. Os outros funcionários, apesar de estarem “em dia” com o salário, algumas verbas não estariam sendo pagas. Os tikets refeição, por exemplo, já acumulam sete repasses sem chegar aos funcionários, e o pior de tudo, segundo uma fonte revelou, é que todo o mês o valor é descontado da folha de pagamento. “No meu caso é em torno de R$ 6,00 todo mês”, disse o funcionário que, por motivos óbvios, pediu que fosse mantida a sua identidade no anonimato.

Ontem nossa reportagem recebeu a informação de que há um movimento entre os médicos no sentido de paralisar totalmente as atividades na segunda-feira, 09. Em contato com um integrante do Conselho Municipal de Saúde, este confirmou, após contato com um médico, de que há a possibilidade do movimento. Thiago Incerti, que já ocupou a pasta de presidente, revelou que a média de atrasos de salários dos médicos é de 4 meses, no entanto, há um grupo de médicos, que está há 5 meses sem receber.

O cúmulo do desestimulo dentro do hospital chegou ao seu ponto máximo no último final de semana, quando um médico sozinho fez o plantão que normalmente é dividido entre quatro ou cinco profissionais. “Os médicos nem estão querendo mais trabalhar”, disse Thiago à nossa reportagem. Ele acha natural esse desestimulo, uma vez que os médicos são em sua maioria, pais de família, que precisam garantir o sustento em casa, “ninguém trabalha de graça”, emendou.

FIPLAN – No sistema de acompanhamento dos pagamentos efetuados pelo Governo do Estado, tendo como destino o hospital de Alta Floresta, no mês atual (novembro), consta apenas um registro, de R$ 2.411,72, que foi estornado. Do montante de 3 milhões pagos (sem descontar os estornos) um único pagamento, de R$ 399.660,01, no dia 28 deste mês, teve como destino a empresa que fornece oxigênio para o HRAS, e que pertence ao ex-vereador Francisco Militão. Na terça-feira desta semana, dia 03, conversamos informalmente com o ex-vereador, perguntando sobre a regularidade dos repasses e ele disse que não sabia se já estaria “tudo ok”, afirmando que a contabilidade da empresa é feita pela sua esposa e que não tinha conhecimento se o pagamento de quase 400 mil reais havia sido efetuado ou não.

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