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Comerciante reclama na justiça a falta de acesso à comércio, após asfalto construído na MT 206

comerciante boaO comerciante Ademilson Ferreira dos Santos, popular Tuca, proprietário de uma lanchonete às margens da rodovia MT 206, que liga Alta Floresta à Paranaíta, aguarda uma posição da Justiça em “Ação de Ressarcimento c/c Indenização por Danos Materiais e Morais” que moveu contra a Companhia Hidrelétrica Teles Pires, Construtora Odebrecht, Conserva de Estradas Ltda e Estado de Mato Grosso, pelo impacto negativo em seu estabelecimento comercial. A sua esposa, Silvane Aparecida Silva dos Santos, figura na ação como requerente. Há 30 anos, a família de Ademilson toca um comércio familiar na margem direita do rio Santa Helena (sentido Alta Floresta/Paranaíta), e no princípio vibrou com a chegada do asfalto que passaria em frente à lanchonete “Delícias do Peixe”, mas a euforia deu lugar à decepção quando percebeu que a rodovia seria elevada mais de quatro metros e que a sua lanchonete, antes ponto de parada de quem trafega pela rodovia, ficaria “escondida” embaixo da ponte, foi o que aconteceu. A obra, segundo aponta na ação, é fruto de um acordo entre “Companhia Hidrelétrica Teles Pires e o Estado de Mato Grosso para a construção/pavimentação da estrada MT 206, que liga Alta Floresta/MT até a Usina em construção no Rio Teles Pires. Que a Companhia Hidrelétrica Teles Pires empreitou para a Construtora Odebrecht e esta, por sua vez, empreitou para a Conserva de Estradas Ltda”, consta nos autos. O comerciante pede a importância de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) em danos morais, e R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) em danos materiais. A juíza Dra Janaina Dezaneti, após ouvir as partes, definiu para o dia 26 de novembro próximo, uma audiência preliminar, “na hipótese de inexistência de acordo, nesta audiência serão fixados os pontos controvertidos e deferidas as provas a serem produzidas em audiência instrutória”, afirma em sua decisão publicada no dia 15 ultimo. Houve negociações – quando a rodovia estava em construção, para amenizar o problema, conta ele, chegou a conversar com diretores da CHTP para que fosse feita uma entrada de acesso à sua lanchonete, como não conseguiu, sobraram as lamentações. “Antes a rodovia passava aqui na frente da lanchonete, então, todo movimento do meio da semana trafegava por aqui, depois que construiu o asfalto, elevou a rodovia, então o movimento do meio da semana caiu 80, 90%”, aponta. O comerciante afirma que precisou inovar, “eu vendi uma camioneta que eu tinha, pra construir, pra puxar o movimento do final de semana, a gente ficou praticamente quebrado”, reclama. “Aqui é minha atividade, eu vivo com a minha família aqui, meu sustento e de minha família é aqui, a gente vive mais de 15 pessoas com essa lanchonete”, emenda. Para não ficar totalmente sem acesso em seu comércio, Ademilson conseguiu impedir que a ponte de madeira, onde antes passava o movimento da MT 206, fosse retirada, no entanto, a manutenção passou a ser de sua responsabilidade e o custo para mantê-la é muito alto. “Pode ver que ela está toda podre, eu me sinto prejudicado e muito, porque o pessoal não quer vir por medo da ponte e eu, como fico aqui?”, reclamou. Diante das dificuldades, o comerciante procurou políticos da região para tentar uma solução que não aconteceu. Em contato com um dos diretores da CHTP, ele chegou a ouvir que, de fato, teria que ser feito algo por parte da companhia, no entanto, após o contato, logo após a inauguração do asfalto, uma pessoa identificada por Tuca como sendo Carlos Manzoni, visitou sua lanchonete e tirou-lhe as esperanças. “Veio o Carlos Mazoni e disse que não poderia fazer nada”, explicou, “a gente não pode fazer nada porque a gente já tá fazendo benfeitoria, porque este asfalto já é uma benfeitoria pra vocês, então a gente não pode fazer nada”, teria dito Manzoni ao comerciante. Somente após contatos infrutíferos com a empresa e com políticos, o comerciante decidiu entrar na Justiça para garantir seus direitos. O processo número 5768-49.2013.811.0007 está tramitando no fórum da Comarca de Alta Floresta e o comerciante à espera de uma decisão que lhe garanta a continuidade de sua atividade. “A expectativa é que tenha um resultado positivo, que pelo menos a gente tenha um acordo”, afirmou.

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