Não é novidade para ninguém que Alta Floresta vive uma grave crise política, basta que se veja os últimos acontecimentos, que tem povoado as manchetes dos órgãos de imprensa de Alta Floresta, com afastamento judicial do prefeito, com volta do mesmo ao poder após reconhecida a ilegalidade pelo próprio presidente do Tribunal de Justiça, com as ações que tramitam a nível de Ministério Público, pedindo novamente o afastamento do prefeito, e essas coisas que todos já estão sabendo.
Se não bastasse essa crise política, a administração municipal tem reclamado e muito da questão financeira. Ontem mesmo o GGI, que engloba vários setores da cidade, incluídos órgãos da Justiça, da segurança pública e da sociedade civil, discutiu os impactos das Usinas que estão sendo construídas. Não se trata apenas dos impactos ambientais, que precisam ser mitigados, mas também, e principalmente, dos impactos sociais. Alguns dados são alarmantes. Na segurança pública por exemplo, o crescimento geral das ocorrências, foi de quase 300% em relação ao período em que não tínhamos usinas. Alguns tipos de ocorrências crescenram em níveis ainda maiores. E a segurança pública continua na mesma, com os mesmos profissionais, com o mesmo aparelhamento e sem os investimentos necessários. O GGI existe para alertar as autoridades governamentais para a necessidade de investimentos.
Mas, voltando a questão da crise, durante a reunião, o que seu ouviu foi em relação à dificuldade que o município está atravessando. Hoje Alta Floresta recebe, pelo fundo de participação e por outras verbas, como na educação, saúde, saneamento, dentre outras, recursos pelos 49 mil habitantes que, segundo O IBGE, o município tem direito. Só que, basta andar pelo município para perceber que tem muito mais gente do que o que o IBGE considera.
Se for comparar os dados, aí a confirmação é mais evidente.
No ano passado a administração até entrou com um recurso administrativo (que é o primeiro passo, resolver na esfera administrativa) junto ao IBGE, mas não obteve resposta,. O jeito foi entrar na Justiça, mas aí demora um pouco.
Enquanto isso, o município tem que enfrentar, da melhor maneira que puder, os problemas advindos da falta de recursos.
Paranaíta, por exemplo, está programando um corte de pessoal, para enxugamento da máquinas, ao menos até que comecem a ser depositados os recursos relativos aos royalties a que terá direito pelo uso, por parte da Usina Teles Pires, das aguas do rio homônimo. Até lá, é redução, com exonerações e tudo o que puder ser feito.
Aqui em Alta Floresta, a despeito da falta da tato e das inúmeras situações criadas pelo vice prefeito, em sua interinidade, mas algumas demissões foram feitas. Será preciso cortar ainda mais. Mas como? Bem pensado, como? Com a resposta a administração municipal.
Um dado revelado durante a reunião do GGI, pelo prefeito Asiel Bezerra, é que o índice da folha, cujo teto é de 54%, já estaria acima dos 58%. E pode piorar ainda mais porque a administração, que está enfrentando uma greve de professores, terá que dar aumento para os profissionais, sob pena do ano letivo ser prejudicado. Mais ou menos assim, o prefeito está entre faca e a espada.
Só pra gente deixar registrado aqui, a data base dos profissionais de educação, é fevereiro. Estamos em março e, historicamente, os professores não fazem greve antes de “negociar” com a administração. No entanto, a falta de tato do prefeito interino, atiçou os professores. Enquanto esteve a frente do executivo, Angelo Campos disse com todas as letras que não daria aumento para os profissionais, resultado: greve. Agora Asiel que descasque mais este “presente” deixado por Angelo Campos. Isso é parte da crise politica que eu falei no começo.