Asiel defende-se de acusações; defesa aguarda para hoje decisão para recondução ao cargo

O prefeito Asiel Bezerra, afastado judicialmente do cargo desde o dia 3 de fevereiro, participou de um bate papo com a mídia escrita, ontem, no escritório profissional de seus defensores, advogados Tiago e Celso Reis de Oliveira, oportunidade em que negou as irregularidades apontadas contra si, se disse traído dentro da administração, esperançoso pela fé que profetiza, e confiante em retornar logo ao cargo para o qual foi eleito com mais de 17 mil votos da população de Alta Floresta. Seus defensores também mostraram otimismo e afirmaram aguardar para hoje (sexta-feira) uma decisão da Justiça que, se positiva, determinará o retorno de Asiel, se negativa, oportunizará a interposição de agravo no Tribunal de Justiça para nova apreciação. Pesa favorável ao retorno do prefeito, o anúncio nos autos, pelo prefeito interino Ângelo Campos, de ter cumprido com quase todos os itens da liminar que determinou o afastamento.

Confira a seguir trechos do bate-papo com os jornalistas da mídia escrita:

Sobre as denúncias: “Procurei os secretários e eles me alegaram inocência, todos eles que eu procurei alegaram inocência e também querem uma apuração dos fatos, todos se colocaram a disposição para que sejam apurados os fatos para que eles provem a inocência deles (…) isso de ônibus de molhação de rua, foi erro do rapaz na hora de digitar, que acontece esses erros, copia e cola, copia e cola, então pode acontecer estes erros, aconteceu este erro ninguém notou isso e ficou, e ficou… Aonde você vai colocar uma patrol e um ônibus para molhar rua? Então, é um absurdo”.

Conversa com a Juíza do processo: “Nós nunca faltamos com respeito com a Justiça, sempre que fomos notificados nós respondemos, o município respondeu as notificações da Justiça e os (relógios) pontos já estavam sendo colocados, no dia em que eu fui afastado a maioria deles já estavam instalados, teve três que não estava instalado porque veio com defeito da fábrica, aí voltaram para trazer novos pontos, logo em seguida os servidores já seriam cadastrados. O prefeito em exercício fez este cadastramento, abriu uma comissão  para contratação de novos profissionais, mandou isso para o Ministério Público, mandou isso pra Justiça e agora nós estamos aguardando a decisão da Justiça, se me retorna ao caso ou não”.

Controle Interno: “Fui notificado pelo controlador várias vezes por causa do índice da folha, ele chegava no gabinete, fazia notificação que estava acima do índice, ia pessoalmente até mim, ele levava ofício documentava, pessoalmente”. Neste momento o advogado Celso Reis de Oliveira, tomou a palavra: “Porque houve da parte dele, dois procedimentos? 1) da parte da folha, pegava pessoalmente a ciência pessoal do prefeito. 2) (das máquinas) fez no protocolo geral uma coisa tão grave deste nível e não se importou em ir lá comunicar pessoalmente o prefeito. 3) se realmente ele tinha feito essa notificação para o prefeito, porque não encaminhou para o Tribunal de Contas do Estado? Ele se omitiu e fez com que o prefeito não tivesse ciência em nenhuma hipótese, nem extra, nem oficialmente. Com esta situação ele impediu que o prefeito tivesse ciência e tomasse providência, instaurasse sindicância, procedimentos para apurar eventuais irregularidades”.

Se for afastado pela Câmara: “O prejuízo é a documentação que muitas vezes eles podem dificultar, você necessita da documentação para sua defesa, aí você pede a documentação  eles te mandam pela metade, esse é o principal prejuízo pra defesa”.

Traição: “Na política você não pode dizer que se sente traído, porque ali, muita gente está querendo seu lugar, mas diria que sim, com certeza”.

Renúncia: “Jamais passou pela minha cabeça a hipótese de renunciar, fui eleito pela população de Alta Floresta, quase 17 mil votos, a grande maioria da população para exercer o mandato até o dia 31 de dezembro de 2016.  Eu pretendo, hoje, cumprir o meu mandato”.

Mudanças administrativas: “Nós vamos mexer em tudo, tanto o quadro de pessoas quanto o modelo administrativos, nós vamos hoje, voltando, fazer somente aquilo que a prefeitura tem condições de fazer”.

Reforma administrativa: “Nós queremos manter somente cinco secretarias, esse ano não será feito, esta reforma vai entrar em vigor a partir de 1º de janeiro de 2016. Se eu fizer esta reforma voltando ao cargo, imobiliza o município por quatro meses, até refazer a LOA e a LDA, por isso não posso”.

Extinção de cargos: “Estes cargos iam ser extintos mesmo porque eram cargos que não estavam sendo ocupados, já seriam extintos este ano ainda, teria duas secretarias que nós estaríamos extinguindo, a secretaria de comunicação, que não estava sendo utilizada e a secretaria de transito, que colocaria junto com a infraestrutura”.

Prefeitura quebrada? “Eu digo que a prefeitura de Alta Floresta está numa situação muito difícil, eu sempre coloquei isso várias vezes até pra vocês (imprensa), que hoje nós temos um orçamento pra 49 mil habitantes, de 35 a 50 mil é o mesmo repasse dos governos federal e estadual, e nós temos uma população de 70.000 habitantes, esta é a grande dificuldade que o município hoje enfrenta. Se não fosse essa dificuldade, esse aumento populacional estaria em boas condições”.

Momentos difíceis: “O principal é estar confiante em Deus, mas (dizer) que é fácil, não é não, de maneira nenhuma, é uma coisa que eu não desejo pra ninguém, eu digo que não tenho inimigo, mas se tivesse não desejava nem pro pior inimigo passar esses momentos que eu tenho passado, mas a gente tem uma segurança, tem um barco seguro que é em Deus, se não fosse isso teria sido muito mais difícil. A família sofre e sofre muito”.