Seis municípios de Mato Grosso já contam com clínicos de plantas capacitados pelo projeto Plantwise, desenvolvido pelo Centro Internacional de Biociência Agrícola (CABI, sigla em inglês) em parceria com a Embrapa. Para isso, técnicos de Alta Floresta, Sinop, Sorriso, Cáceres, Várzea Grande e Campo Verde participaram de dois módulos do treinamento que foram realizados durante esta semana em Sinop.
A capacitação faz parte de uma cooperação internacional que visa formar clínicos de plantas, ou seja, pessoas com competência para diagnosticar diferentes aspectos fitossanitários que acometem as lavouras, como doenças, pragas e distúrbios fisiológicos.
Este projeto já vem sendo desenvolvido em 19 países e a experiência mato-grossense é inédita no Brasil. A ideia é de que cada técnico faça parte da rede local de suporte aos produtores. Neste primeiro momento, a cadeia produtiva da olericultura foi escolhida para ser o piloto.
“É montada uma estrutura simples para diagnose visual e todos os municípios selecionados possuem o amparo de um laboratório de recorrência, para o caso de não ser possível realizar o diagnóstico visualmente”, explica o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Flávio Fernandes Júnior.
Nesta semana, os técnicos que já haviam sido capacitados sobre métodos de diagnose, receberam informações sobre recomendações de manejo e sobre a atuação do clínico em termos de documentação e registro de ocorrências para alimentação do banco de dados mundial do projeto Plantwise.
Para o agrônomo da prefeitura de Sorriso Paulo Henrique de Oliveira Veloso a formação foi importante para organizar as informações. Porém ele acredita que a metodologia ensinada terá de ser adaptada às condições locais.
“Vamos ter de adaptar isso à nossa realidade. Teremos de determinar um dia para receber o produtor com suas dúvidas. Hoje esta não é nossa realidade, pois o produtor não vai atrás de técnico. O técnico é que vai atrás do produtor. Ele te liga, te chama, mas quer que você vá lá na propriedade dele”, diz.
Paulo Henrique ainda salienta a importância da formação da rede de profissionais e de laboratórios, o que possibilitará maior troca de experiências e informações, além de uma assistência mais precisa aos produtores.
As clínicas de plantas dos municípios funcionarão nos escritórios da Empaer ou nas secretarias de agricultura e terão suporte de universidades.
Cabi
O CABI é uma organização sem fins lucrativos, de desenvolvimento e informação fundamentados na ciência, cuja missão é orientada por seus 48 países-membros. Possui 11 centros ao redor do mundo, com cerca de 400 funcionários. Entre as ações estão publicações científicas, projetos de desenvolvimento e pesquisa, transferência de tecnologia e serviços microbianos.
Autor: Gabriel Faria (mtb 15.624/MG JP)
Fonte: Embrapa Agrossilvipastoril