O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB), suspeita que o Ministério Público Estadual (MPE) está sendo usado politicamente. A afirmação tem como base a ação civil pública proposta, esta semana, pelo órgão que pretende a condenação, por improbidade administrativa, do ex-governador e atualmente senador, Blairo Maggi (PR), em decorrência do caso conhecido como “escândalo dos maquinários”. O pedido do MPE está com o juiz da Vara Especializada de Ação Civil Pública e Ação Popular, Luís Aparecido Bertolucci Júnior.
Há 15 dias, Maggi foi absolvido, na esfera federal, de acusação semelhante. O processo tramita tanto na esfera estadual quanto federal e é relativa a compra de máquinas superfaturadas que foram distribuídas aos municípios mato-grossenses, ainda na gestão do ex-governador. “Isso é claramente uso político do MPE. Na ânsia de aparecerem e provarem que são paladinos da moral, os promotores propõem ações descabidas como essa.
Blairo saiu do Governo há quatro anos e essa ação foi proposta só agora, em período eleitoral. E justamente duas semanas depois de ele ter sido absolvido na Justiça Federal. É um absurdo”, disse o presidente ao MidiaNews. Para Romoaldo, a participação de Maggi no processo eleitoral de outubro próximo deve ficar mais distante após este novo desdobramento do caso. “O Ministério Público faz um trabalho muito bonito, e tem, sim, que investigar e denunciar.
Mas não quando o caso já foi julgado e o acusado foi inocentado. Os empresários e as pessoas de bem estão com medo de entrar na política. Porque se um homem que fez um grande mandato, como o Blairo, é alvo de ações como essa e tem que aguentar estrelismo de promotor, imagina os outros”.