Caso em escola municipal de Alta Floresta envolve vídeo com “conteúdo inapropriado” e repercute nas redes sociais
Uma atividade escolar aplicada a alunos de 10 anos em uma escola da rede municipal de Alta Floresta, causou polêmica e levou a uma resposta da Prefeitura. O caso veio à tona após o pai de uma aluna, Rodolfo Pedon, publicar um vídeo em suas redes sociais denunciando o uso de material que, segundo ele, tratava de sexualidade de forma inadequada e sem o conhecimento das famílias.
“Minha filha tem 10 anos, estuda na quinta série, estuda no Colégio Jardim das Flores aqui em Alta Floresta. Pra você que acha que as coisas só acontecem para fora, que não acontece aqui no município”, disse o pai, indignado, em vídeo publicado no Instagram, que rapidamente ganhou repercussão.
No vídeo, o pai denuncia uma tarefa que teria sido repassado por um professor de matemática da escola em que usa metáforas numa questão, com cunho sexual: “Se uma pessoa usa preservativos em 80% das relações sexuais e tem 10 relações sexuais por mês, quantas vezes ela usou preservativo?”, teria sido a pergunta indicada pelo professor.
Diante da situação, a Secretaria Municipal de Educação emitiu nota oficial afirmando estar apurando o caso. O texto reforça que a Rede Municipal de Ensino respeita os valores familiares e que conteúdos sensíveis devem ser tratados com responsabilidade e diálogo com os pais. “Nos solidarizamos com a família envolvida e reafirmamos nosso compromisso com a qualidade do ensino”, diz a nota.
Nesta terça-feira, dia 5 de agosto, a Prefeitura convocou uma entrevista coletiva para esclarecer os fatos. Participaram o prefeito Chico Gamba, a secretária de Educação Lucinéia Mazzoni, o vice-prefeito Robson Quintino e o controlador interno Herbert Vilarruel.
Durante a coletiva, a secretária foi categórica: “Foi uma atividade isolada, fruto de produção própria de um único professor. Não consta no planejamento da Secretaria nem da escola. A abordagem foi, no mínimo, infeliz”, declarou.
Segundo Lucinéia, assim que o caso chegou ao conhecimento da gestão, uma equipe foi enviada à escola para apurar os fatos. O material foi analisado pelo setor jurídico e, como medida imediata, será instaurado um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
O prefeito Chico Gamba confirmou o afastamento do professor e repudiou o conteúdo apresentado. “Não concordamos com esse tipo de abordagem. Há idade certa para cada ensinamento. Estamos tristes com o ocorrido, mas tomaremos todas as medidas legais”, afirmou o prefeito, que também garantiu total transparência na condução do caso.
A Prefeitura reiterou ainda seu compromisso com uma educação de qualidade, pautada em diretrizes pedagógicas e no respeito às famílias.
Confira abaixo a transcrição do depoimento do pai em suas redes sociais:
“Fala, galera! Já há algum tempo que a gente não aparece por aqui para tocar em assuntos mais delicados, mas hoje a gente se deparou com uma situação aqui em casa, estou com o caderno da minha filha aqui nas mãos, minha filha tem 10 anos, estuda na quinta série, estuda no Colégio Jardim das Flores aqui em Alta Floresta. Pra você que acha que as coisas só acontecem para fora, que não acontece aqui no município. Minha filha tem 10 anos, o assunto que a gente tem aqui é matemática, e a questão que o professor colocou para ela foi a seguinte: Se uma pessoa usa preservativos em 80% das relações sexuais e tem 10 relações sexuais por mês, quantas vezes ela usou preservativo? Observe o gráfico! Vou deixar printado isso aqui para vocês depois, eu estou aqui atônito como que a pessoa tem capacidade de estar falando sobre quantidade de relações sexuais, de uso de preservativo ou de não preservativo para uma criança de 10 anos. Eu estudei sobre isso, mas eu estudei numa fase que fazia sentido para mim. Minha filha tem 10 anos, ela é uma criança, ela é uma mocinha ainda, nem se tornou mocinha. E aqui dentro do nosso município a gente tem esse tipo de ensino aqui, que vai totalmente contra aquilo que nós acreditamos, mais do que isso, contra o que o PNE classifica, porque crianças na 5ª série não era para estar vendo esse tipo de conteúdo, muito pelo contrário. Acredito que sim, deve ser aplicado a eles numa fase mais adulta, onde eles tenham compreensão daquilo que é. E coloca a gente, pai, aqui numa situação absurda, porque nós não nos preparamos a falar sobre isso com a nossa filha. E agora a gente se vê obrigado aqui a tornar esse conteúdo precoce na vida da minha filha, porque um professor decidiu fazer. Lógico que eu vou deixar aqui marcado alguns vereadores que eu conheço, estou abrindo denúncia no Ministério Público contra o professor, contra o diretor e contra a escola, e quantos mais afins estiverem inseridos nessa papagaiada. E fica aqui a minha revolta como pai, minha revolta como pai, você que tem o seu filho aqui no Jardim das Flores e ele estuda o quinto ano, a quinta série, possivelmente no caderno da sua filha ou do seu filho também vai estar a mesma coisa”.