A semeadura da soja da safra 2023/2024 alcançou 4,19% das áreas previstas, avanço de 2,37% no comparativo semanal, já que o plantio foi autorizado a partir de 16 de setembro.
“Apesar da evolução, é importante ressaltar que foram observados menores volumes de chuvas em relação ao ano passado em vários municípios do estado que, somados às altas temperaturas vistas na última semana, fizeram com que o ritmo da semeadura em Mato Grosso fosse limitado”, destacou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) em seu boletim sobre a soja.
Os trabalhos a campo estão 2,10% mais lento do que no mesmo período do ano passado. Dentre as regiões, a oeste é a mais adiantada em relação às demais, com 11,02% das áreas previstas finalizadas.
Segundo os dados do satélite NOAA, nos próximos 15 dias a maior parte do estado poderá receber volumes de chuvas de 5 a 15 mm, o que pode auxiliar o ritmo dos trabalhos a campo.
No entanto, as atenções seguem em relação a distribuição das precipitações e nos volumes de chuvas no estado, que ainda estão aquém do necessário em algumas regiões.
Irrigação
O Governo de Mato Grosso tem buscado alternativas ao cenário de chuvas irregulares. Dentre elas, ele requisitou recursos junto ao Orçamento da União para investimentos em irrigação, bem como patrocina um estudo sobre o potencial de áreas irrigáveis no Estado.
A mudança no regime de chuvas no Estado pode prejudicar a segunda safra, que inicia geralmente em março após a colheita da soja, a principal cultura do Estado. Conforme o professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e consultor do Instituto Mato-grossense de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigação (Imafir), Everardo Montovani, o regime de chuvas em Mato Grosso tem reduzido desde o ano 2000. O volume de 200 mm reduziu para 180 mm.
“Menos do que 180 mm indica a perda total ou quase total da segunda safra e as projeções futuras são de um volume ainda menor. Se isso permanecer, vamos voltar a ter safra única. A expansão da irrigação sujeita à disponibilidade hídrica. Dois milhões de hectares são necessários para contrapor o cenário chuvoso de redução da produtividade da 2ª safra. Já os 12 milhões de hectares irrigados permitem o cultivo duplo independentemente da duração da futura estação chuvosa”, alertou o pesquisador.
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