O helicóptero de modelo Robson 44, que caiu nas proximidades de Poconé (104 quilômetros de Cuiabá), no último domingo (1º), com quase 280 quilos de cocaína, está no nome de um policial civil do Distrito Federal. Ele alegou ter vendido a aeronave em maio deste ano.
Consta na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que o dono da aeronave é o papiloscopista policial Ronney José Barbosa Sampaio, do Distrito Federal.
Em entrevista ao G1 do DF, o homem disse que vendeu o helicóptero em maio. “Tenho todos os documentos da venda do helicóptero, fiz a transferência da minha parte. Mas esse processo é igual quando vende um carro. Se o comprador não for lá e fizer a transferência para ele também, ele continua no meu nome”.
De acordo com ele, o helicóptero foi vendido para um homem que mora em Mato Grosso do Sul (MS), que não foi localizado pela reportagem.
Segundo Ronney Sampaio, o helicóptero não poderia ter sido usado, pois não estava em condições de voo. “Ele não estava aeronavegável e não tinha autorização para voar”, contou.
“Eu comprei ele [o helicóptero] tem um ano mais ou menos. Mas como eu não tinha dinheiro pra arrumar o documento dele, eu vendi. O recibo da venda do helicóptero foi feito em 25 de maio deste ano”, diz o policial civil.
Segundo o Portal da Tranparência do Distrito Federal, a última remuneração do policial civil, em junho foi de R$ 19.746,02. O salário médio dele é de cerca de R$ 12 mil.
O caso
Uma ação integrada entre a Polícia Federal, Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), e o Grupo Especial de Segurança na Fronteira (Gefron), no último domingo (1º), resultou na apreensão de quase 280 quilos de cocaína, que estavam em um helicóptero que caiu nas proximidades de Poconé (104 quilômetros de Cuiabá).
Wesley Santiago/Olhar Direto