Bruno Felipe / Da Reportagem
Após anos, finalmente a Praça da Cultura começa a ‘ganhar vida’ e realmente se parecer com um Centro Cultural; muitos artistas, sub-artistas e até pessoas não ligadas à cultura passaram por essa Direção, mas somente agora com o Diretor Kauan Lima o projeto para dar ‘cara nova’ a praça, finalmente foi colocado em prática. A reportagem do Jornal O Diário acompanhou o início do festival que está contando com a presença de cerca de 15 artistas vindo de algumas cidades do Mato Grosso e até de outros estados, como Bahia e Ceará.
O projeto é promovido pela Central Única das Favelas (CUFA), em parceria com a Secretaria de Cultura e Juventude de Alta Floresta. De acordo com Wilson Gaia, representante da CUFA em Alta Floresta, o tema do festival é ‘Amazônia Matogrossense e suas questões’ e cada artista escolheu o que melhor representa a natureza do nosso município. Ele salientou que as paredes da cultura estavam ocupadas por pichações, o que vai de desencontro com o grafite que é muitas vezes confundido com a prática ilegal, fato este que mancha o trabalho desenvolvido por eles. “Tem uma grande diferença entre grafite e pichação, pichação é tudo que denigre a imagem e o grafite é aquilo que transmite uma mensagem e é muito importante para todos entender essa situação”, disse Gaia em entrevista para a reportagem do Jornal O Diário. “Onde o grafite entra, muda a paisagem”, completou ele.
O artista Roni Medeiros, de Sinop, afirmou que a importância do grafite nas paredes do Centro Cultural é justamente trazer uma reflexão sobre os animais que estão em extinção, onde as pessoas podem contemplar sem precisar, de repente, estar capturando os animais “a gente convive com a natureza, então isso é bem legal porque traz essa questão, inclusive, com as crianças de preservar e apreciar a arte”, disse ele, em entrevista para a reportagem do Jornal O Diário. Alunos que saiam das escolas chegaram a parar e apreciar o trabalho sendo desenvolvido pelos artistas.
Lembrando que o artista altaflorestense Gabriel Leitzke está fazendo uma homenagem ao saudoso Paulo Roberto Paulinho (conhecido popularmente como ‘Paulinho Pé no Chão’), que foi um grande propulsor das artes plásticas do município. Gabriel está grafitando o rosto de Paulo e na mesma arte, ao fundo de sua face, Gabriel está replicando as principais artes criadas por Paulo quando ele ainda era vivo, uma delas, famosa pela população, é o letreiro da cidade que foi pintado por ele, mas posteriormente apagado por Flavia Bulhão, na época diretora de Cultura do município. “Paulinho era uma figura que todo mundo sempre via ele aqui no Centro Cultural o tempo todo e ele foi um artista um pouco esquecido até; então quando surgiu a oportunidade de fazer alguma coisa aqui no Centro, foi como colocar o Paulinho no lugar que ele deveria estar”, frisou Gabriel. Vale ressaltar que o evento seguirá até o próximo domingo, oportunidade onde ocorrerá um movimento cultural, a partir das 16h00, com apresentações artísticas como dança e batalhas de raps.