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TIRO E QUEDA, por Altair Nery 25/10

Cerca de 15 artistas plásticos estão envolvidos no projeto “Vi minha Cidade Viva” e estão “grafitando” as paredes da Secretaria de Cultura. Está ficando maravilhoso. Está ficando realmente uma “cidade viva”.

O legal de tudo é que, depois de pronto, os grafites irão se transformar, em essência, em história para quem quiser ver, analisar, verificar, vivenciar, viver, viver, viver, afinal, é cidade viva.

Durante todo o tempo em que existe a Secretaria de Cultura em Alta Floresta, e olha que passaram muitos secretários de altíssima “graduação cultural”, a título de exemplo o saudoso Agostinho Bizinotto, a bem da verdade, o pai da cultura altaflorestense, nunca se viu, e esta é uma percepção minha, nenhuma ação de tão importante aspecto cultural como este projeto.

A ideia surgiu através da CUFA-AF, a Central Única das Favelas, que em contato com outros artistas apresentou ao Departamento de Cultura o projeto, que foi abraçado. Kauan Lima, o diretor de Cultura, foi fundamental, porque entendeu a importância do projeto.

Kauan, assim como Agostinho Bizinotto no passado, é artista, por isto dá à estas ações artísticas a importância que ela merece. Ao trazer Kauan para a Cultura o prefeito Asiel Bezerra resgatou o poder cultural do município e a Cultura deixou de ser um “órgão arrecadador” para se transformar em um órgão com o olhar no fazer cultural, que é o que precisa. Eu, que eu saiba, nunca mais vi cobrarem entrada em nenhum evento da Cultura, até porque, mercantilizar a cultura é ato insensível e o Kauan, e toda equipe, é, são, de sensibilidade cultural à toda prova.

Os artistas estão entendendo a importância do suporte que estão recebendo (as tintas foram todas compradas pela Administração Municipal) e já falam em dar longevidade cada vez maior à direção cultural sob o artista Kauan Lima. Não que o cargo dele esteja em perigo, mas o que os artistas querem é se preservar do risco de entrar um doido qualquer, em qualquer momento, na Cultura e mandar apagar de branco toda a arte que foi feita. Isso já aconteceu no passado com o Paulinho Pé no Chão, que aliás é um dos destaques dos grafites que lhe homenageiam dada a sua importância para a história. O que os artistas querem é que as suas obras sejam perpetuadas e não venha um louco e use a fé do povo  para justificar suas doideias e mande escrever “QUE DEUS ABENCOE” (escrito assim mesmo, sem o cedilha).

Resta então, unicamente, apelar para a sensibilidade do prefeito Asiel para que mantenha no cargo alguém que é tão sensível á causa cultural e que não seja erigido ao cargo máximo da cultura um maluco qualquer sem a menor identidade cultural, sem o menor envolvimento cultural, sem a menor estrutura cultural.

E viva a cultura, e viva a memória de Paulinho, Agostinho e todos os artistas que fizeram história em Alta Floresta, e viva a arte destes artistas que hoje dão prova de suas habilidades e nos presenteiam com arte pura.

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