A estudante Joara Pimentel, de 22 anos, é investigada pela Polícia Civil de Sorriso, a 420 km de Cuiabá, por se apresentar como filha de uma juíza para aplicar golpes em Mato Grosso, segundo o delegado Ugo Reck, responsável pelo inquérito. O prejuízo de uma das vítimas, segundo as investigações, é de R$ 30 mil. A jovem ainda não foi localizada pela polícia para prestar depoimento. A defesa de Joara negou as acusações e disse que os fatos são inverídicos.
De acordo com o delegado, Joara se apresentava como filha de uma juíza e ganhava a confiança das vítimas, pagando jantares e passagens de avião. “O modus operandi dela [Joara] era passar para as vítimas que tinha um padrão de vida e bancar coisas para elas”, explicou Reck.
Depois de ganhar a confiança, a jovem passava a pedir dinheiro emprestado alegando que a mãe pagaria a dívida em seguida. Ainda segundo o delegado, uma mulher se passava pela mãe dela através da internet afirmando que quitaria o débito.
Pelo menos três pessoas foram vítimas de Joara no município de Sorriso, de acordo com a polícia. Entretanto, as investigações apontam que outras vítimas foram enganadas em Lucas do Rio Verde, Cuiabá, Sinop e até em São Paulo.
Joara se apresentava como sendo filha da juíza Débora Roberta Pain Caldas, da 2ª Vara Criminal de Sinop, a 503 km de Cuiabá.
A magistrada afirmou que já repassou informações a polícia e espera que o caso seja apurado. Ela contou que uma mulher a procurou no fórum a alertando sobre o golpe. “Eu a ouvi de prontidão e orientei que ela procurasse a polícia, já que não tenho filhos”, afirmou a juíza.
Em outra oportunidade, segundo o delegado, Joara alegou que pegaria o dinheiro das vítimas para “abençoar”. “Nesses casos, ela tinha acesso ao cartão e senha das vítimas e não devolvia as quantias”, disse Reck.
A fotógrafa Valquiria Raiter diz ter sido vítima da jovem. Segundo ela, há alguns anos, quando era revendedora de perfumes Joara entrou em contato para adquirir os produtos. “Ela usou outro nome e disse que queria comprar perfumes. Marcamos um encontro e fui até a casa dela”, contou Valquiria.
No entanto, ao chegar no lugar combinado a fotógrafa encontrou Joara, que se passou por empregada da casa.
“Na conversa, ela disse que a suposta patroa tinha saído e pediu para deixar os perfumes e voltar no outro dia para receber o pagamento”, disse Valquiria, acrescentando que nunca recebeu os R$ 400 da venda dos perfumes. “Voltei na casa outras vezes, mas nunca encontrei ninguém”, afirmou.
Com a conclusão do inquérito, após o depoimento de Joara, a jovem deve ser indiciada por estelionato.