Desde as 5 horas da manhã desta segunda-feira, 19, cerca de 70 famílias de assentados da associação “São Pedro 2”, em Paranaíta, estão bloqueando a MT 208, acesso à Paranaíta, Nova Monte Verde, Nova Bandeirantes, Apiacás, dentre outros municípios. O bloqueio causa transtornos, mas não impede quem precisar ir à estes municípios, já que existem rotas alternativas, como a Comunidade Céu Azul e a estrada 5º Oeste, que interligam-se à MT 206.
Segundo Leonor Leão, presidente da associação, o bloqueio é uma “resposta” à política agrária do Incra que não tem demonstrado esforço nem interesse em resolver os problemas. “Nós já fizemos vários tipos de diálogos, reuniões e nada adiantou, nosso objetivo agora é mostrar que estamos há 11 anos esperando uma solução”, disse a presidente, que perguntada pela reportagem do O Diário sobre a sua esperança, respondeu, “de sair debaixo da lona”, explicando que há famílias de assentados com crianças pequenas, com mulheres grávidas, com pessoas idosas e crianças em idade de estudo, “ainda bem que o ônibus vai até lá buscar nossas crianças para estudar, senão nem isso a gente ia ter”, explicou.
Segundo Leonor, o problema dos assentados da “São Pedro 2” está fácil de solucionar, proprietários de fazendas já se disponibilizaram em conversar com o Incra, os assentados também topam mudar do local aonde estão (há uma segunda opção) e até a classe política através de deputados ligados ao PMDB (governo federal) já se mostraram sensibilizados com a causa, “falta o Incra demonstrar interesse e é isso que nós queremos, que o Bosco (João Bosco de Moarais, superintendente do Incra em MT) se posicione”, disse Leonor.
A sindicalista explicou que o bloqueio não tem dia nem hora para terminar, mas tem algumas regras, como o desbloqueio, do meio dia até uma da tarde para a passagem de todos os carros e caminhões que estiverem na pista. Às cinco da tarde o bloqueio é paralisado sendo liberado no período noturno e retorna às cinco da manhã. “Nós também estamos liberando a passagem de cargas vivas que estejam pelo menos dois dias na estrada e ambulâncias com doentes, não será por nós que ficarão parados na estrada”, afirma.
Para saber mais, veja a edição do Jornal O Diário de 20/06