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UFMT busca parceria com município para desenvolver projetos de abelhas sem ferrão

MeliponárioPesquisadores do Campus da UFMT de Sinop estiveram em Alta Floresta no último fim de semana buscando informações para desenvolver um projeto sobre meliponíneos, ou abelhas sem ferrão, como são popularmente conhecidas. O grupo visitou a propriedade de Edson Francesto, que é consultor responsável pela manutenção e reprodução das abelhas no Meliponário Municipal, implantado na Chácara Esteio. A implantação do meliponário faz parte do fortalecimento da cadeia produtiva do mel foi contemplado no Projeto Olhos D’ Água da Amazônia e iniciou em 2014. A visita foi acompanhada pelo coordenador executivo do Prodam, José Alesando Rodrigues, e a Secretária Municipal de Desenvolvimento, Elsa Lopes.

Conforme a professora Carmen Wobeto, que liderou a comitiva, dois projetos serão desenvolvidos a partir de informações e materiais fornecidos pela Prefeitura de Alta Floresta. Um deles diz respeito a pesquisa sobre os efeitos terapêuticos do mel produzido. Algumas espécies das abelhas sem ferrão produzem mel com propriedades nutricionais, com princípios antioxidantes, e a proposta é verificar que efeitos têm sobre bactérias e fungos. “Não só no caso de saúde voltada para o homem, mas também da questão fitopatológica, da questão dos microorganismos que atacam as plantas, a gente também vai enfocar nesses”, antecipa.

O outro projeto será desenvolvido junto a alunos de escolas da rede municipal com o objetivo de trabalhar na comunidade a necessidade de preservação ambiental, da conscientização da importância das abelhas para o meio ambiente, seu trabalho de polinização das florestas e da produção de alimentos. As abelhas sem ferrão foram as principais responsáveis pela polinização das florestas até meados de 1800. “Abelhas e plantas, especialmente angiospermas que produzem as flores, existe toda uma adaptação de bilhões de anos no caso do inseto, das abelhas, com as plantas”, explicou.

A pesquisadora agradeceu a parceria com a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Desenvolvimento, citando que as espécies levadas para a formação do meliponário no Campus da UFMT em Sinop possibilitarão o desenvolvimento de pesquisas. Carmen elogiou o material encontrado no município. “Observo que há um cuidado e uma quantidade considerável, além da escolha de uma espécie visando à produção. Isso foi uma estratégia boa, porque geralmente é assim que funciona no processo produtivo”, destacou, em relação ao Meliponário Municipal. “É uma alternativa para o agricultor, pra agricultura familiar. A chance de sucesso multiplica, viabiliza a ação”.

Na propriedade de Edson Francesto, a pesquisadora coletou espécies de abelhas que ainda não haviam sido catalogadas. Diferente do Meliponário Municipal, a proposta do produtor foi de diversificar as espécies, decisão que na visa de Carmen Wobeto, também foi acertada. Ela crê que a iniciativa prioriza a preservação de espécies. “A diversidade é grande demais, são mais de 400 espécies”, revela, assinalando que as espécies coletadas são catalogadas por uma taxonomista. “A gente tem que ter certeza, porque tem espécie, sub espécie, é uma área que a gente prefere seguir o caminho mais seguro”, acrescentou.

A secretária de Desenvolvimento, Elsa Lopes, defendeu a parceria do município com a UFMT com a troca futura de informações ou mesmo de iniciativas já desenvolvidas pela instituição em Sinop que possam atender a necessidade de Alta Floresta. “Temos que ter as parcerias para que possamos crescer, buscando sempre alternativas que beneficiem a nossa comunidade”, finalizou Elsa.

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