Zaque vai investigar suposto pagamento de propina a Paulo Taques

Da redação
Muvuca Popular

Após deixar o governo do estado por desavenças com o primo do governador, que promoveu até marcha de policiais contra ele, o ex-secretário de Segurança Pública e Promotor Mauro Zaque, terá a incumbência, agora, de investigar o próprio governo a quem serviu.
Não seria nada, caso um dos investigados não fosse seu desafeto durante a curta passagem pelo governo. Pesa sobre ele, Paulo Taques, a suspeita levantadas através de denúncias anônimas, relatando que ele seria a pessoa responsável pela manutenção da empresa Consignum na atual gestão.
O Ministério Público instaurou, nesta terça-feira,6, um inquérito civil para investigar a suspeita de que houve pagamento de propina para manter o contrato do Governo do Estado com a empresa.
Em depoimento à Defaz, o proprietário da Consignum, Willians Paulo Mischur, confessou que chegou a pagar R$ 500 mil a R$ 700 mil ao mês a integrantes da administração passada e disse também que continuava pagando propina para o atual governo, embora a mídia em geral tente esconder essa informação, e só publique fatos envolvendo o governo passado.
Durante busca e apreensão no dia 11 de março do segundo ano de gestão Pedro Taques, a polícia encontrou R$ 1 milhão em espécie na casa do empresário. Neste mesmo dia, Mischur foi preso, acusado de participação em esquemas de corrupção. Em seguida, ele iniciou um processo de delação premiada, e admitiu que continuava pagando a propina para o governo.
A defesa de Silval Barbosa questionou o porque a declaração do empresário relatando que continuava pagando propina para membros do governo Taques, não constou no inquérito da Operação, e ele só foi ‘ouvido’. O fato escancarou a parcialidade do Ministério Público e a tentativa de proteger o governo atual.
Para abrir a investigação, no entanto, Zaque teve uma postura firme e acabou considerando o recebimento de uma denúncia anônima e notícias veiculadas no Muvuca Popular (o único veículo que escancarou os acontecimentos sem tentar proteger governo).
Para o promotor, as denúncias estavam “narrando fatos gravíssimos relativos ao pagamento de propina a agentes públicos a fim de que se mantenha contrato com a empresa Consignum”.
A portaria do MP bateu na porta do governo Taques, e na sala de Paulo Taques, ao mencionar que a investigação também vai buscar “outros agentes públicos a serem identificados que, em tese, apontam para a ocorrência de ato lesivo ao patrimônio público praticado por agentes públicos deste Estado”.
Elementar que, o ex-governador Silval Barbosa já foi mencionado, e com ele os ex-secretários César Zílio e Pedro Nadaf, a quem a imprensa não poupa. Os “outros agentes”, portanto, seriam membros do atual staff do governador, entranhados na administração do tucano.
Por se tratar de denúncia anônima e notícias da imprensa, o promotor considera que ainda “são necessários outros esclarecimentos para a conclusão da investigação, visto que os documentos presentes nos autos não são suficientes para a propositura de Ação Civil Pública”.
Isso significa dizer que o que se mencionou sobre os secretários da gestão passada não se basta, é preciso saber quem, na gestão atual, estava recebendo propina para manter o contrato.