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Mesmo com UHE Teles Pires concluída, atraso na Linha de Transmissão limita operação

Usina opera com 1/3 de capacidade; menos royalties para os municípios impactados.

CHTPAltair Nery

Uma reportagem divulgada pelo Jornal Extra (das Organizações Globo), no dia 17 de fevereiro, reascendeu a preocupação com os atrasos nas obras de transmissão que levam energia das usinas hidrelétricas até o sistema nacional. O problema atinge as principais Usinas recém construídas no país, Belo Monte, no Pará, Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, e Teles Pires, em Paranaíta (MT), todas operando abaixo da capacidade.
A reportagem registra que, “ao final de 2015, a Aneel apontou que 62 por cento dos projetos de transmissão implementados nos últimos cinco anos tiveram problemas de cronograma, com atraso médio de 502 dias”.
Sobre a Usina Teles Pires, o jornal explica que a obra ficou pronta em final de 2014, mas precisou esperar até novembro passado para operar devido a falta de linhas, ainda assim, a geração começou com um “arranjo provisório”, que foi confirmado à reportagem do O Diário, por meio da assessoria de imprensa da UHE Teles Pires. “A Hidrelétrica Teles Pires está limitada a uma geração de 400 Mega Watts, por conta da demanda do sistema energético que atualmente está ocorrendo por meio de uma linha de transmissão provisória que liga a Subestação Paranaíta até a Subestação de Cláudia/Sinop (Eletronorte)”.
A consequência deste “arranjo” para o sistema nacional de energia elétrica, é que a escassez do produto pode contribuir para o aumento do custo para o consumidor final, mas para os municípios que tiveram áreas alagadas e que contam com os royalties para a implementação de projetos sociais e para reforço do caixa, as consequências são ainda mais graves, já que com a finalização da obra, muitos ex-funcionários ficaram na região, ou trabalhando em outros empregos, ou em busca de colocação no mercado de trabalho. O aumento da população residente no município faz aumentar o custo com os serviços públicos, e os royalties que poderiam ajudar a compensar o custo social, acabam não chegando. “A Aneel fechou em fevereiro a medição de geração de energia da UHE Teles Pires referente aos meses de novembro e dezembro, e a compensação financeira total ficou em torno de R$ 206 mil. Deste valor, Paranaíta recebeu, proporcional ao valor gerado de energia pela área alagada do município, cerca de R$ 88 mil e Jacareacanga R$ 18 mil”, explica a assessoria da UHE Teles Pires.
Segundo a Usina Teles Pires, a obra última projeção de término da Linha de Transmissão, era março de 2016, mas não é possível cravar com exatidão. A informação consta na reportagem do jornal carioca. “O sistema definitivo fica pronto em março, segundo Copel e State Grid, responsáveis pela obra. Elas disseram que o cronograma foi impactado principalmente por ‘questões arqueológicas e embargos de posseiros’. A situação parou os trabalhos ‘em trechos extensos, por períodos longos, exigindo alterações significativas no traçado da linha'”, afirma a publicação.
Perguntamos se a Usina Teles Pires teria alguma forma de interferir de maneira positiva para que a obra da Linha de Transmissão fosse definitivamente concluída e a resposta veio de forma negativa. “Atualmente não podemos fazer nada para contribuir”.

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