De fato causou estranheza o fato de que um evento de grande magnitude como o que ocorreu na capital, cuja finalidade é discutir a implantação do transporte hidroviário em Mato Grosso, ter tido pouca (ou quase nenhuma) visibilidade na imprensa matogrossense. Segundo o Jornalista José Marcondes, o Muvuca, o motivo teria sido uma ordem repassada pela Secom, a pedido de Taques, para que o evento não recebesse a notoriedade que deveria. Confira abaixo a integra da reportagem:
Taques é isolado em evento por ser contra hidrovias e manda mídia boicotar
Da editoria / Muvuca Popular – Pela primeira vez na história de Mato Grosso, um evento realizado por uma revista nacional, tendo como palestrante um Ministro e presença de dois Senadores, não foi noticiado em nenhum site de Mato Grosso. A vassalagem de algumas redações a Secom se tornou explícita, algo já denunciado por um presidente de sindicato que gravou um vídeo dizendo que o governo compra matérias nos jornais e sites.
Somente o Diário de Cuiabá deu uma notinha tímida revelando que o boicote foi motivado porque o governador Pedro Taques não foi convidado. O motivo do isolamento, no entanto, não é o que o jornal explicitou, e não tem nada a ver com a atuação de Taques como procurador há mais de década atrás, e sim como governador do estado, que tem se portado mais como defensor dos interesses paulistas do que defensor do povo mato-grossense.
Pedro Taques bate em Dilma e exige comportamento republicano, ou seja, que ignore os ataques e olhe por Mato Grosso. Pois bem. Segundo a mídia, Taques não foi ao seminário do ministro Barbalho porque mandou prender o pai dele há 13 anos. O ministro veio a Cuiabá para discutir o gasto bilionário que o governo Federal fará para beneficiar os negócios de MT, ou agronegócio. E o governador Taques? Ignorou o evento, e ainda deu ordem unida para a imprensa não noticiar, no que foi prontamente atendido. Isso é ser republicano
Pedro Taques (PSDB) pelo visto não quer desagradar a mídia paulista (que abomina o jornalista Mino Carta) e nem os tucanos paulistas. Nada pessoal, mas pelos paulistas Mato Grosso seria apenas comprador de SP. O desejo deles é que Taques continue quebrando os pequenos comerciantes (com o decreto 380), importando conceitos e pessoal, fechando empresas locais, e agora esvaziando o evento sobre logística. Aliás, logística é a sobrevivência do agronegócio, e de qualquer negócio, bem mais que inventivos fiscais.
Ao que parece, o Brasil que trabalha, e em especial o Mato Grosso que trabalha e produz não é interesse do PSDB. Eles querem o “quanto pior melhor”. Taques segue condenando o estado para agradar os paulistas, na surdina, todos os passos dados por Taques parecem ser dados para quebrar de vez o estado. Nem o VLT ele avança, nem estradas, e segue esmagando funcionalismo e comerciantes.
Logística significa competitividade, e isso afasta a necessidade de incentivos fiscais, consequentemente, o governo corta os incentivos e cobra impostos. Para se ter uma ideia, a Coca-Cola lucra devido a logística. A empresa coloca o produto em todos os pontos de vida, nos bares mais longínquos e difíceis, e o consumidor sempre terá Coca-Cola.
Alcançar todos os pontos, na concepção econômica de um estado produtor como Mato Grosso, faz sentido apenas se os custos forem viáveis. No caso do Agronegócio a logística passa pela integração dos modais e não apenas asfaltar toda a malha viária (interesse maior das petrolíferas). Usar as hidrovias é uma das saídas. Aliás, é o que Maggi já faz no Pará. E o que Taques vem impedindo Mato Grosso fazer, desde que era procurador.
O seminário realizado em Mato Grosso e boicotado por Taques tratou dos R$ 200 bilhões a serem gastos no “programa de investimento em logística”, que busca integrar modais como rodovia, ferrovia e hidrovia. O tema hidrovia é conhecido por Pedro Taques desde a época em que embargou o uso dos rios Cuiabá e Paraná, e nem quis saber do rio Araguaia como meio de escoamento da produção mato grossense. Preferia as rodovias.
A revista Carta Capital teve uma pequena participação no evento, e fará o trabalho de divulgação nacional, porque as mídias alinhadas a outros interesses é contrária ao barateamento do transporte agrícola de Mato Grosso, especialmente se o tema redução de consumo de combustível (vide máfia dos combustíveis financiadora de campanhas eleitorais) estiver envolvidos.