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Caminhoneira conduz bruto pelas estradas do Brasil

Com mensagem de prevenção do câncer de mama caminhão rosa leva peça para usina

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Dionéia Martins

Bonita, educada, simpática, sorridente, atenciosa e boa motorista. Divorciada e com um filho de 15 anos, a catarinense Rosa Maria Richartz, 34 anos, é caminhoneira por paixão, a bordo de um Volvo FH personalizado na cor rosa, ela viaja o Brasil transportando mercadorias de grande valor, como a carcaça de um gerador de energia que pesa 60 toneladas.
Além de fazer o transporte, Rosa também tem a missão de conscientizar mulheres de norte a sul, de leste a oeste do país, sobre a importância da prevenção do câncer de mama.
“Nossa empresa está fazendo os folders da importância que as mulheres tem que ter com o nosso próprio corpo, é claro que a mulher tem que fazer o auto exame anualmente e se cuidar porque o melhor caminho é a proteção”, alerta Rosa.
Mas ela não está sozinha nessa missão. A empresa comprou um caminhão igualzinho na cor azul, e quem tem a missão de levar a conscientização aos homens sobre a importância do exame de prevenção do câncer de próstata é Sérgio Dias.
Essa é a primeira viagem dos dois caminhões, coincidência o caminhão azul e rosa vieram juntos trazendo peças para a Usina Salto do Apiacás. Mas nem sempre será assim, os dois logo seguirão caminhos diferentes cada um com a sua missão de conscientizar homens e mulheres.
Rosa começou a dirigir caminhão por necessidade. A família tinha um pesqueiro e sem motorista para fazer as entregas ela resolveu tirar habilitação e assumir o volante do caminhão frigorifico entregando o pescado. Na época ainda casada, ela fazia um trajeto mais perto de casa, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande.
Segundo Rosa ser caminhoneira não estava nos planos, o tempo foi passando e quando viu já tinha se apaixonada pela profissão, mesmo assim ela ainda fez uma faculdade. Hoje já são 12 anos de estrada e sempre com um sorriso no rosto.
“Como não vou ter um sorriso desse, olha o caminhão novinho e só tenho a agradecer a empresa por ter dado a oportunidade para nós mulheres, de abrir as portas e achar que nós mulheres somos capazes, e a única coisa que tenho é agradecer a Deus pela oportunidade”, disse Rosa.
Que pensa que por ser caminhoneira ela é “largada”, se engana, vaidosa, ela está sempre arrumada e maquiada, por onde passa atrai a atenção de populares, e ela sempre recebe todos com a mesma simpatia, nas cidades que passa faz muitas amizades.
Há seis meses nessa empresa Rosa agora viaja para todo o Brasil, um exercício constante de paciência não só pela responsabilidade de dirigir um caminhão pesado, mas também pelas condições das estradas.
Rosa criticou as péssimas condições das estradas principalmente as de Mato Grosso. “Paciência, tem que ter paciência, é uma vergonha, uma rodovia igual essa pedagiada e nem sequer cortar o mato, colocam placa, realmente está complicado”, desabafou Rosa.
As mulheres ainda são alvo de muito preconceito em várias profissões, mas Rosa disse que não sente isso. “Hoje em dia tem mais respeito a nos mulheres, mas é tranquilo não tenho nada a reclamar”, disse.
Rosa disse que não sente discriminação por parte dos homens. “Não eu sinto carinho, acho que tem muito carinho e acho que todo mundo que chega a mim com respeito são muito bem tratados e claro que quando falta com respeito a gente coloca no lugar.
Ela já voltou para Santa Catarina a bordo do seu caminhão rosa e deverá voltar nos próximos 30 dias trazendo outra peça para a usina.}

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