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ARTIGO: Impeachment: um defunto insepulto

ARTIGOSPara a “Oposição” e a mídia hegemônica que no início de 2015, após as gigantescas manifestações de 15 de março, previam que Dilma Rousseff estaria afastada da Presidência até o Natal ou, na pior hipótese, até o final do ano passado, a frustração deve ter sido cruel.
A presidenta não só resistiu as mais terríveis pressões jamais vistas na história do Brasil, como ainda terminou o ano com certo folego. Senão vejamos.
O rito do impeachment fajuto, admitido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, mais por vingança e tentativa de “desviar o foco” pelo seu processamento no Conselho de Ética, sofreu acachapante derrota no STF (Supremo Tribunal Federal), ante os questionamentos do meu Partido – o PCdoB.
As denúncia e evidências das falcatruas cometidas por Eduardo Cunha (principal “impitimeiro” aliado da Oposição) e seus familiares se avolumaram, levando o Procurador Geral Rodrigo Janot a pedir seu afastamento da Presidência, o que deverá ocorrer numa questão de tempo.
Michel Temer (o “Vice Decorativo”, segundo suas “más traçadas linhas”), que chegou a “quase sentar” na Poltrona Presidencial e a “escolher ministros”, recolheu o flap, por falta de credibilidade e mesmo por envolvimento em denúncias, sendo “abandonado” por parte considerável do seu próprio partido – o PMDB – e pela Oposição.
Já o “clamor das ruas”, fator decisivo num processo de impeachment, apontou, no último roud em dezembro, considerável vitória dos que defendem a democracia sobre os “impitimeiros” golpistas.
Também é inegável que cresceu na população a percepção de que o combate à corrupção, historicamente incrustada nas mais diversas instituições (públicas e privadas) do nosso país, é mais factível de ser levado a cabo pela presidenta Dilma do que por Michel Temer, Eduardo Cunha, Aécio, Ronaldo Caiado, Agripino Maia, Paulinho da “Farça” e outras figuras que têm “fichas corridas” que dão inveja a Fernandinho Beira Mar.

Após constatar essa nova realidade, o próprio líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, manifestou com profundo desânimo: “o processo de impeachment fica indiscutivelmente mais difícil e o caminho do TSE será a salvação” e, apostando na tese do “quando pior melhor” e num arrogo de “Mãe Diná” sentenciou “em março e abril, a crise será muito mais aprofundada, e o país vai precisar de uma saída via eleição e respaldada pela Constituição”.
Há poucos dias atrás, a imprensa também divulgou que o próprio vice Michel Temer, em reunião com deputados “impitimeiros” do PMDB havia declarado, segundo o deputado Osmar Terra, que o processo de impeachment “absolutamente perdeu relevância” e que ele já “trabalha com a ideia de que não vai ter impeachment”.
Outro componente importante foi a mudança promovida pela Presidenta em relação ao comando do poderoso Ministério da Fazenda: Joaquim Levy, considerado por muitos como uma espécie de “Cavalo de Tróia” da política de orientação mais ortodoxa incrustado no Governo Popular, foi afastado, cedendo lugar ao Nelson Barbosa, que tem uma linha mais “desenvolvimentista” e que pode contribuir para gestar as bases econômicas capaz de impulsionar a retomada do desenvolvimento econômico e social ainda neste ano.
Por todos esses fatores, acerta o ex-presidente Lula, com o seu tirocínio político sempre aguçado, em afirmar que o impeachment da Oposição já estaria “morto, mas não enterrado”, declaração dada quando dialogava com a presidenta Dilma sobre a necessidade do Governo realinhar sua base de apoio no Congresso Nacional, exatamente para enterrar o impeachment fajuto, um autêntico defunto insepulto que precisa ser jogado o mais rapidamente possível na Lata de Lixo da História!

MIRANDA MUNIZ é agrônomo, bacharel em Direito, oficial de Justiça-avaliador federal, dirigente da CTB/MT}

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