O secretário adjunto de transportes da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Rogério Ribeiro Arias esteve ontem em Alta Floresta e apresentou um “novo modelo” para cuidar das estradas Estaduais, onde repassará a responsabilidade a uma associação que até já foi criada com este único intuito. A apresentação se deu na sede do Sindicato Rural de Alta Floresta e, pela proposta, já está definido que a MT 325, que liga Alta Floresta à Pista do Cabeça, será a primeira a ser mexida. Na prática, o Estado mandará recursos diretamente para a associação, que utilizará as duas patrulhas mecanizadas que existem hoje e que estavam, uma à disposição do CDIVAT e outra para o Sindicato Rural de Alta Floresta. “A gente quer trazer todo mundo, mais os prefeitos pra juntos montarmos uma força tarefa e começar a cuidar melhor das nossas rodovias”, afirmou o secretário.
Segundo o secretário, a parceria entre Estado, prefeituras e associações ocorrerá com a cessão por parte do estado dos equipamentos, ajuda de custo para sua manutenção, que será definido entre 30 e 80 mil reais mensalmente e óleo diesel. “A distribuição destes equipamentos em outras gestões eram através de consórcios intermunicipais, com o advindo do Fethab agora estes municípios estão recebendo recursos e aí eu consigo pegar estes equipamentos que na verdade são da própria Sinfra e atuar em algumas estradas que pra gente é mais importante”, afirmou o secretário adjunto da Sinfra.
Só que a proposta acabou não agradando a todos os presentes,principalmente ao município de Paranaíta, que foi representado pelo secretário de Planejamento Osmar Moreira, que criticou o fato de que a associação foi discutida e concebida sem o conhecimento dos prefeitos, que são os maiores interessados na recuperação das estradas. “Os prefeitos, a associação mato-grossense dos municípios teriam que ter sido ouvido”, afirmou Moreira. “Chegou de surpresa pra nós essa decisão de tirarem os maquinários que sempre nos ajudou, nos apoiou e nos deu sustentação pra região, abrangendo os municípios do CDIVAT, que é Alta Floresta, Paranaíta, Apiacás, Nova Bandeirantes, Monte Verde e Carlinda, e nós não fomos ouvidos”, afirmou. O maquinário foi adquirido ainda na gestão do ex-governador Blairo Maggi e atendia aos interesses dos municípios conforme cronograma que era definido pelos prefeitos, depois de ouvirem as necessidades em seus municípios. A partir do novo modelo caberá à associação dar o direcionamento de onde os maquinários irão atuar.
A ideia não é ruim, segundo avaliou o produtor rural Clodoardo Melhado, morador do setor Sul, justamente o setor que será o primeiro beneficiado com a atuação das patrulhas no MT 325, no entanto, Melhado não entendeu o fato da “nova associação” ter sido criada, sendo que os produtores rurais já estão organizados e há 5 anos já mantem uma associação, a Lide , que representa todas as associações do setor sul, inclusive a Cooperativa Ouro Verde e, segundo disse, pode ter ampliado o seu quadro associativo com integrantes dos outros municípios. “Nós já temos falado com o Governo do Estado há uns dois meses, pra saber um posicionamento e depois sentar e discutir perante toda a sociedade, prefeitos e comunidade, porque, neste setor, se toda a população está envolvida, então nós temos que ouvir a populaçãoe a nossa ideia era ouvir o secretário e levar para a população”, afirmou.
Segundo Clodoardo Melhado, quem mais sabe dos problemas das estradas são justamente os moradores. “Nós temos estradas que estão impedidas, se nós pegássemos esses maquinários para a MT 325, de repente ela teria que fazer primeiro a MT 010 que estáparada, que nem aluno vai na escola”, afirmou, que disse ter estranhado porque já havia uma conversação com o Governo do Estado de que a Associação Lider iria tocar o projeto. “Aí eles fizeram, na verdade estão fazendo ainda uma associação, sendo que nós temos uma aqui e que ela abrange outras associações e cooperativa”.
Para o produtor Moisés Prado dos Santos, um dos representantes da “nova associação”, a Associação dos Produtores do Vale do Teles Pires, o “foco principal” será a MT 325, em princípio, mas na sequência da atuação, a recuperação será destinada a todos os municípios que compreenderão a área de atuação da associação, justamente aqueles compõem a regional do CDIVAT. “É uma questão regional, que na sequencia será destinada para todos os municípios, é um plano piloto”, disse Moisés afirmando que a associação terá integrantes de todos os municípios da região. “Todos os presidente dos sindicatos regionais fazem parte desta associação”. Quanto às criticas pela associação ter sido criada sem a participação das prefeituras, Prado foi taxativo, “isso é uma questão política, as pessoas que criticaram não estavam a par e talvez quando participar das ações do governo, como o setor produtivo saiu na frente, correu atrás e chamou pra nós a responsabilidade, que somos nós que sofremos mais, talvez criou uma ciumeira, mas tudo bem”, afirmou.