O Governo Federal reajustou no dia 16 de junho os preços da gasolina e do óleo diesel, que tiveram um aumento de R$ 0,02 por litro. A população de Mato Grosso já tem sentido o aumento pesar no bolso. Quanto mais ao norte do Estado fica o município, mais caro é o combustível. Na região do Araguaia, os preços do litro da gasolina chegam a R$ 4,07 em Confresa e na cidade vizinha de Vila Rica, foi encontrado o preço de R$ 4,14 por litro. Em Paranaíta, próximo à divisa com o Pará, o litro da gasolina estava R$ 3,79. Em Nova Mutum, na região Médio-Norte, o litro da gasolina está sendo vendido a R$ 3,63. Os preços foram enviados por consumidores pelo aplicativo Bem na Hora.
Com os preços nas alturas, é preciso pesquisar. Em Sinop, a 503 km de Cuiabá, o consumidor precisa desembolsar em média R$ 3,40 por litro de gasolina. Os valores entre um posto e outro podem oscilar entre R$ 3,25 e R$ 3,54, uma diferença de R$ 0,29 por litro no município.
Desde o início do ano até julho, foram cinco reajustes e, até o final do ano, o preço pode aumentar mais. “O Governo Federal adotou uma estratégia desde o mês passado de reajustar os combustíveis. Infelizmente, temos que nos preparar porque vem aí um aumento de R$ 0,01 a R$ 0,02 centavos todos os meses até dezembro”, informa Fausto Masson, do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo).
Quanto mais longe a distribuidora autorizada de combustíveis fica da cidade, mais caro é o frete. “Tudo varia de acordo com meu preço de compra. Eu sou bandeirada, então eles me passam um preço e com base nesse preço de compra eu coloco minha margem e é feita a venda nas bombas”, afirma Geórgia Queiroz, proprietária de um posto de combustíveis em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá.
A procura pelo etanol por ter um preço mais em conta tem sido uma alternativa para economizar. “Justamente por estar compensando mais em relação à gasolina no momento, mas os dois estão com o preço super elevado”, afirma Railei Leal, perito criminal no município.
Abastecer só com a gasolina está fora da realidade, pelo menos para Elizandro Bitencourt, empresário, que gasta em média quase R$ 2 mil por mês para abastecer a caminhonete com diesel. “Se fosse abastecer com gasolina, seria o dobro”, relata.
Segundo o empresário Diego Granja, dono de um posto de Sinop, três fatores compõem os preços do combustível. “O preço é formado pela origem dele na refinaria, a questão dos impostos cobrados que divergem de um estado para o outro, e mais a questão logística de frete para chegar até aqui”, explica.
E são justamente os tributos e a logística que acabam elevando os preços, segundo o empresário Jonas de Paula, de outro posto no município. Ele trabalha há mais de dez anos no ramo e explica que Mato Grosso tem um dos Impostos sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) mais caros do Brasil. “Enquanto que nos estados vizinhos, Mato Grosso do Sul e Goiás, é 12%, no nosso estado é 17%. Isso nos encarece o diesel em torno de R$ 0,15 por litro”, destaca.
Em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, uma pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) feita em 23 postos mostra que, se o consumidor pesquisar bem, pode economizar até R$ 0,40 por litro de gasolina. A média encontrada por litro foi de R$ 3,28, sendo que o preço mais barato era de R$ 3,10 e o mais caro de R$ 3,51.
Rondonópolis não tem a gasolina mais cara do Estado, mesmo assim, para algumas famílias, andar de carro está virando luxo, só usado em ocasiões especiais. “O carro só para os dias de chuva, frio, fim de semana, quando vai sair a família toda. Essa é a melhor estratégia que eu encontrei para favorecer o orçamento doméstico”, diz Vaneide Cândida, professora.
A pesquisa da ANP revelou também os preços mais altos e mais baixos para a gasolina no Estado. Em Alta Floresta, o litro custa R$ 3,74, em Sorriso R$ 3,62, em Cáceres R$ 3,36, em Cuiabá R$ 3,23 e em Várzea Grande R$ 3,22.
fonte: Folhamax