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MPT, PM, Prefeitura e Usina São Manoel se unem para tirar trabalhadores e situação degradante

Cerca de 600 trabalhadores que chegaram nos últimos dias à cidade de Paranaíta em busca de colocação na obra da Usina São Manoel, que está sendo construída no Rio Teles Pires na divisa entre MT e PA, irão retornar às suas cidades de origem, após a operação que foi intitulada “volta pra casa”. Segundo a usina, não há expectativa de contratação imediata e, na cidade, não há local adequado para abrigar os trabalhadores. A operação acontece sob a sugestão do prefeito Tony Ruffato.

“Quando me trouxeram o número de pessoas que estavam morando em casas precariamente, me preocupou, pelas condições de moradias e outros, inclusive, pedindo para as empresas que estão prestando serviços para a prefeitura, pedindo pra trabalhar a troco só da comida porque foram enganados pelos agenciadores deles e isso me preocupou, porque a pessoa com fome pode pensar em ir pro lado ruim da vida do ser humano, e isso me preocupou”, disse explicando a iniciativa de chamar as empresas São Manoel e Constran, e o Ministério Público para discutir uma ação para dar suporte aos trabalhadores, “estamos fazendo um convite aos trabalhadores, se eles querem voltar para casa, pois foram enganados pelo agenciador e as empresas vão dar todo o suporte para que eles possam voltar para os familiares”, explicou Rufatto.

Pelo acordo firmado pelo MPT junto à empresa, os trabalhadores que aceitarem retornar às suas cidades de origem, serão incluídos num cadastro de reservas e as vagas, na medida em que forem surgindo, serão destinadas aos trabalhadores cadastrados. A empresa enviará passagem aos trabalhadores que retornarão à Paranaíta e serão alocados no canteiro de obras com todo o suporte necessário como alojamento e alimentação.

Segundo o Procurador do trabalho, Marcelo Bianchini Trentin, a primeira ação foi de identificar os trabalhadores e indicar a solução. Em seguida, o MPT tentará identificar, por meio de investigação, se houve oferta de trabalho por parte da usina, o que a torna diretamente responsável pelos trabalhadores. “A gente ainda não chegou ao fim desta investigação para saber como é feito essa divulgação, se estão colocando nos sites, se no mural, ‘estamos com vaga em aberto’ e isso atrai pessoas de todo o país”, disse Trentin.

A preocupação inicial, segundo o Procurador, é tirar os trabalhadores das condições em que foram encontrados. Algumas casas que serviam de alojamento, tinha 60 pessoas dormindo em redes, utilizando um único banheiro e sem a menor condição de higiene pessoal. “O que a gente viu é que existem muitas pessoas de outros estados vivendo em condições degradantes em alojamentos e isso nos preocupou bastante, agora é conversar com a São Manoel, com a Constran e ver o que a gente pode fazer em conjunto, em parceria, articulando socialmente pra diminuir este impacto que sofre o município de Paranaíta e também as condições destes trabalhadores”, afirmou.

O secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Osmar Moreira, confirmou que passa de 500 trabalhadores localizados em situação degradante, mas afirmou que número pode ser ainda maior, “gente calcula que possa chegar a 1.000 trabalhadores de todas as regiões do país e a gente agora vai intensificar mais a fiscalização, a gente vai notificar os proprietários (das casas) de que é impossível uma residência comum morar 30, 40 pessoas”, afirmou. A reportagem do O Diário acompanhou a saída de dois ônibus, ambos com lotação máxima, 44 pessoas, que foram para os estados de Sergipe e Piauí. Hoje (terça-feira) devem sair ônibus para o Maranhão e, os estados onde não houver lotação de carros, serão oferecidas passagens individuais aos trabalhadores.

A operação ocorreu durante todo o dia de ontem e deve prosseguir hoje. A polícia Militar trabalhou com um contingente de 10 homens, que auxiliaram as autoridades na condução da operação. Segundo o Major Jonas Puziol, comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar, os trabalhos seguiram de maneira ordeira, sem nenhuma alteração pode parte dos usineiros, que a bem da verdade, foram apontados pelo policial como vítimas circunstanciais. “As pessoas que estão indo, estão indo voluntárias, elas querem ir embora, aqueles que ainda pretendem ficar na cidade para tentar um emprego na usina, eles ficaram e vão continuar no aguardo do emprego, os que estão indo é voluntariamente”, explicou.

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