O estudante, de 14 anos, que esfaqueou uma professora nas costas dentro da sala de aula, em Nova Bandeirantes, a 980 km de Cuiabá, foi transferido para outra cidade. O menor morava com a avó há dois anos e após o ataque contra a educadora, a Justiça determinou que ele retornasse para a casa dos pais, em Sinop, na região Norte de Mato Grosso, distante 503 km da capital.
O crime ocorreu no dia 11 de junho na Escola Municipal Ernesto Neiverth, que possui 570 alunos. O adolescente aproveitou o momento em que a professora Adelair Santos Amaral, de 45 anos, foi fechar a porta da sala para desferir o golpe de canivete nas costas dela. Na ocasião, o aluno ainda tentou esconder o canivete jogando ele pela janela, mas os colegas da classe viram.
Ele foi apreendido, ainda dentro da sala de aula, por ato infracional de lesão corporal e permaneceu quatro dias na delegacia. Segundo a Polícia Civil, o menor foi liberado por falta de vaga em unidades socioeducativas de Mato Grosso. Depois, participou de uma audiência na Vara de Infância e Juventude acompanhado pela avó, que concordou em encaminhar o neto para a casa dos pais.
A diretora da escola, Denise de Jesus, informou que a documentação escolar já foi entregue à família para que o aluno seja transferido e possa se matricular em uma nova unidade.
Motivação
A professora esfaqueada dá aulas de artes e português. Ela foi socorrida e levada para um hospital na cidade de Alta Floresta. No dia seguinte, recebeu alta e declarou que não foi necessário passar por cirurgia. Porém, a perfuração quase atingiu o pulmão e, agora, ela ficará afastada das atividades escolares por 30 dias para a recuperação.
Adelair conta que o aluno declarou estar com raiva dela por conta de uma situação que teria ocorrido no último ano, quando também deu aula para o adolescente e acabou pegando uma caneta de suas mãos porque estava jogando papéis em outros alunos. “Eu perguntei o motivo que o levava fazer aquilo e ele começou a dizer: você não mexeu comigo? Não tomou minha caneta? Então, foi por isso”, relatou.
Ela ressalta que não teve problemas com o adolescente neste ano e que mesmo com notas baixas e pouco participativo nas aulas ela não chamava a atenção dele.
Entenda o caso
O estudante não possui histórico de agressão na unidade e morava com os avós no município. O ato foi praticado dentro de uma sala da 7ª série logo após o intervalo. Depois de ser atacada, a educadora chamou um dos coordenadores que passava pelo corredor. Ao se virar, os alunos viram o sangue escorrendo nas costas e começaram a gritar.
A diretora disse que os estudantes ficaram assustados com o fato e as aulas chegaram aser suspensas e foram retomadas nesta segunda-feira (22).