Uma família no bairro Jardim Universitário estava em desespero devido a possível paralisação do atendimento nas unidades básicas de Saúde. A mãe de 38 anos, a filha de 11 e a caçula de 5 estão fazendo tratamento contra hanseníase e temem perder todo o tratamento se o centro de hanseníase fechar durante 50 dias. Maria Rosângela Ferreira foi diagnosticada com a doença no início do ano de 2014, juntamente com sua filha de 11 anos, ambas já estão no final do tratamento, mas a filha menor de 5 anos apresentou agora os sintomas da doença e começou o tratamento ontem, se o centro ficar fechado todo o tratamento poderá ser perdido.
Ângela como é conhecida no bairro Jardim Universitário, falou que Alta Floresta está com um índice muito alto de hanseníase, no centro de Hanseníase localizado no setor B/D, de quatro pessoas que chegam para fazer exames, três ficam para fazer tratamento. “Queremos pelo menos que o centro de diagnóstico de hanseníase, não poderia fechar, porque eu faço fisioterapia, pra quem não sabe a doença causa diversos problemas, sensibilidade, perda dos movimentos, se parar hoje, se ficar 50 dias fechado, como que vai ficar quem tá fazendo tratamento”, disse Ângela.
No bairro Jardim Universitário segundo a moradora mais de 10 pessoas estão fazendo tratamento contra a doença, entre os moradores Ângela e suas duas filhas, “não é fácil você ver um filho seu com essa doença, não posso deixar a peteca cair”, disse a mãe emocionada.
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo principal agente etiológico é o Mycobacterium leprae (M. Leprae). Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos (alta infectividade), no entanto poucos adoecem (baixa patogenicidade). Estas propriedades não ocorrem em função apenas de suas características intrínsecas, mas dependem, sobretudo, da relação com o hospedeiro e o grau de endemicidade do meio, entre outros aspectos. A doença atinge pele e nervos periféricos podendo levar a sérias incapacidades físicas. A hanseníase parece ser uma das mais antigas doenças que acomete o homem. As referências mais remotas datam de 600 a.C. e procedem da Ásia, que, juntamente com a África, são consideradas o berço da doença. No Brasil, no período de 2007 a 2011, uma média de 37.000 casos novos foram detectados a cada ano, sendo 7% deles em menores de 15 anos.
Modo de transmissão: A hanseníase é transmitida principalmente pelas vias respiratórias superiores de pacientes multibacilares não tratados (virchowiano e dimorfo), sendo, também, o trato respiratório a mais provável via de entrada do M. leprae no corpo. Período de incubação: A hanseníase apresenta longo período de incubação; em média, de 2 a 7 anos. Há referências com períodos mais curtos, de 7 meses, como também a mais longos, de 10 anos.
José Ronaldo/O Diário