Quinta Feira 18/12/2014 – O Fescaf chegou ao seu número 30 neste ano de 2014. Poderia já estar no 33º, mas em algum momento, se perdeu no tempo, ficando três anos sem ser realizado.
No entanto, o glamour de outrora, deste que já foi o maior festival do estado de Mato Grosso e uma referência nacional, este glamour, já vai bem longe, mas bem longe mesmo.
Vou falar hoje sobre o festival, tentarei traçar alguns aspectos históricos, mas antes tenho que dizer da coragem da atual equipe da secretaria em realizar o festival, apesar de todas as adversidades e dos “contras” que estão postos, bem às claras, para quem quiser ver, só para quem quiser ver.
Mas ao mesmo tempo que cito aqui a coragem, também salta aos olhos uma quantidade significativa de erros de organização que prejudicam a retomada da qualidade do espetáculo, a começar pelo local, acanhado, para quem já teve multidões acompanhando e torcendo por seus interpretes preferidos. Tá, os tempos são outros, mas ousadia é algo que precisa ser experimentado em algum momento, que o diga a cantora Kelly Cristina que interpretou um clássico da MPB, Geni e o Zepelin, e escandalizou com a indumentária e com sua performance, mas a sua ousadia valeu-lhe o primeiro lugar.
Houve um acerto (meio acerto ao meu ver) quando da desclassificação de duas músicas por plágio. Acertaram ao desclassificar, pois seria injusto aos outros artistas que alguém pegasse obra de outro e auto atribuísse. No entanto, a falta de explicação por parte dos organizadores, ao público presente, eis o erro, deixou as pessoas a perguntarem o porque da não premiação a um dos melhores interpretes do festival nos últimos anos, sabe porque?, porque mesmo desclassificado, ele cantou. Ora, plágio é plágio e ponto final. Não canta. Se cantou como “participação”, dada a qualidade do intérprete, no mínimo teria que ser explicado ao público.
Mas agora partindo para a história. O Fescaf existe, graças a alguns artistas que fazem parte do patrimônio histórico de Alta Floresta, Paulo Roberto Paulinho (que deveria ao menos ser chamado para dar uma premiação, mas não foi), Donizete Ramos, dentre outros, foram importantes para a criação do festival. Nos idos anos 90, um artista em especial foi responsável por dar ao Fescaf a abrangência de festival nacional, Agostinho Bizinotto. Tá, ele é ex-secretário, pertence a outro grupo político, de certa forma é contraponto à atual gestão cultural de Alta Floresta, mas é história, merece ser lembrado e o faço aqui.
Mas o fato histórico que quero deixar registrado é outro, o último festival cheio de glamour e muito respeitado, sabe quando foi? Acreditem, em 1998, há 16 anos. O prefeito era Vicente da Riva. E se Vicente foi responsável (na minha humilde avaliação) pelo último Fescaf de “responsa”, também ele, foi responsável pela derrocada do Fescaf. Lembro-me que, no ano seguinte ao “superfestival” que foi realizado no CTG, Vicente da Riva montou um “palanque político” na Praça Cívica, e realizou uma “mer…” de Fescaf. Matou o Festival, que de lá para cá vem capengando, sobrevivendo de recursos estaduais que nem sempre chegam do jeito que os organizadores precisam, para por em prática uma grande festa cultural. Neste ano, por exemplo, por foça de convênio, o festival começou no domingo e terminou na terça, nunca se viu isso antes.
Ainda assim, volto a registrar a tentativa dos organizadores em realizar o Fescaf e não deixar morrer esta festa linda, continuem e, entre erros e acertos, quem sabe um dia o Fescaf volte a ser aquele de antes tragicômico comício do Vicente da Riva.