O PT decidiu que vai entrar com uma ação judicial no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). Nesta terça-feira (9) o deputado carioca afirmou no plenário da Câmara que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque “ela não merece”.
O partido divulgou uma nota na noite de ontem em repúdio as declarações machistas do deputado. “A barbárie cometida hoje no plenário da Câmara ofende a cidadania brasileira e as consciências das pessoas que lutam por uma sociedade civilizada, tolerante e democrática”, afirma o texto. A ação contra Bolsonaro no STF contará com o apoio da bancada feminina da Câmara e dos parlamentares do PC do B e do PSOL.
Movimentos também se manifestam
A CUT, por meio de sua Secretaria Nacional da Mulher, e a Marcha Mundial das Mulheres lançaram nota nesta quarta-feira (10) repudiando o posicionamento do deputado reforçando a solidariedade a Maria do Rosário. “Esse posicionamento expressa a misoginia e o machismo desse indivíduo. Evidencia que se sente tão impune sem nenhuma preocupação em expressar a possibilidade de cometer um crime hediondo”, criticou.
Leia a carta na íntegra:
Nota de Repúdio da CUT e MMM contra a atitude machista e misógina do deputado Jair Bolsonaro
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Marcha Mundial das Mulheres vem a público manifestar seu repúdio e indignação ao discurso proferido, nesta terça-feira, pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), no Congresso Nacional, durante sessão que tratava dos Direitos Humanos.
Ao verificar que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) estava saindo do plenário, após haver discursado em defesa da punição aos militares que cometeram crimes durante a ditadura no País, Bolsonaro irritou-se e disse:
“Fica aí, Maria do Rosário. Há poucos dias tu me chamou de estuprador no salão verde e eu falei que não iria estuprar você porque você não merece. Fica aqui para ouvir”.
E continuou sua fala como se nada houvesse ocorrido e fazendo criticas as ações da Ministra e desqualificando as políticas de direitos humanos dizendo que estas só defendem bandidos, marginais, sequestradores e até corruptos.
Esse posicionamento expressa a misoginia e o machismo desse indivíduo. Evidencia que se sente tão impune sem nenhuma preocupação em expressar a possibilidade de cometer um crime hediondo. Fato como esse faz com que não seja necessário enumerar os argumentos para afirmar que o Congresso Nacional não deve ter em seus membros pessoas com esse tipo de visão e comportamento. O papel do Legislativo deve ser justamente de propor políticas que combatam a violência e por isso é inadmissível ser conivente e cúmplice dessa violência. Por isso a exigência democrática e republicana é a imediata cassação do seu mandato.
Manifestamos nossa solidariedade a Maria do Rosário e repudiamos os atos de misoginia, machismo e violência contra a Mulher nos espaços públicos e de poder.