O programa Armazém para Todos, de iniciativa da Associação de Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) aponta que os pequenos produtores de grãos, que plantam acima de 350 hectares têm viabilidade financeira em investir em armazenagem própria na fazenda. O déficit da armazenagem é um dos principais gargalos da agricultura de Mato Grosso.
“Essa narrativa de que o pequeno produtor não teria viabilidade para construir a armazenagem dentro da sua fazenda foi desmistificada com a campanha Armazém para Todos. Nós construímos dentro do nosso site um simulador onde o produtor insere os seus dados da área, tamanho de propriedade, e ele consegue ver se ele tem viabilidade para esse tipo de investimento ou não”, explicou o diretor-executivo da Aprosoja, Wellington Rodrigues de Andrade.
Ele destaca que nos Estados Unidos, principal concorrente da soja mato-grossense, todo produtor rural tem um armazém dentro da sua fazenda proporcional ao tamanho da sua produção. Num primeiro momento, eles detectaram que os que possuem acima de 350 hectares, o investimento vale a pena.
Wellington destaca que embora os volumes expressivos de R$ 440 bilhões no Plano Safra 2023/2024, e parte pode ser utilizada para investir em armazenamento, boa parte dos produtores rurais não conseguem acessar os recursos pelo acesso burocrático ao crédito.
“Há uma dificuldade de acesso ao crédito, são poucos tomadores que estão acessando o crédito e a maioria dos produtores ficam sem acessar. Além disso o preço atual da infraestrutura com concreto, aço para fazer os armazéns. Os desafios são grandes, a política pública do governo é necessária, principalmente com subsídios de juros para esse tipo de investimento, que é um investimento de longo prazo e traz segurança, não só alimentar, mas para o produtor também dentro da fazenda”.
Para o produtor rural de Campo Verde, Fernando Ferri, que produz soja, milho e feijão, vale a pena investir em armazém próprio. “Eu consigo programar minha colheita, porque sei que tenho capacidade de colheita, recebimento e armazenagem. É um investimento que se paga fácil na propriedade, o estudo que eu tinha feito era para nove anos e ele se pagou com seis anos”.
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